Eleições 2022

Eleições: Guedes e Moro fizeram parte do governo de transição de Bolsonaro; indicados por Lula devem indicar rumo do governo

31 out 2022, 15:45 - atualizado em 31 out 2022, 15:45
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(Imagem: Divulgação/ PT)

A partir de amanhã, terça-feira (1), o agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode indicar até 50 nomes para trabalharem no chamado governo de transição. Os membros desse grupo tem como missão acompanhar como esta a administração pública e solicitar informações ao executivo e aos ministérios.

Assim, fica a expectativa para quem serão os indicados de Lula para formar o grupo de transição, que na prática formam o início do governo e podem indicar como será a postura do novo governo.

Lula deve fazer indicações não apenas do PT

O primeiro discurso de Lula, feito em um hotel de São Paulo próximo à Avenida Paulista, deve dar algumas dicas dos nomes que estarão presentes. Não pela fala do agora presidente eleito, mas por aqueles que estavam junto ao seu lado no palco montado no local.

Além de nomes conhecidos do partido dos trabalhadores como Gleisi Hoffmann, Fernando Haddad, Alexandre Padilha, Aloizio Mercadante e outros, estavam lá nomes do PSOL como Guilherme Boulos e Juliano Medeiros, o deputado federal Andre Janones, e aliados do segundo turno como Marina Silva, ex-ministra de Lula, e Simone Tebet, que muitos imaginam que faça parte do terceiro mandato do petista.

Geraldo Alckmin, Dilma Rousseff e até mesmo Henrique Meirelles são nomes também especulados para formar a base do novo governo com cargos ou indicações.

Guedes, Moro e Tarcísio estavam na transição de Bolsonaro

No início de novembro de 2018, dias após a vitória de Jair Bolsonaro contra Fernando Haddad no segundo turno das eleições daquele ano, o Diário Oficial da União trazia 27 nomes que formariam a equipe de transição do então governo Bolsonaro.

Ali estava a base do que seria o governo e, principalmente, quem seriam os nomes fortes de Bolsonaro e sua base. Praticamente todos os nomes vieram a ocupar alguma posição no governo.

Onyx Lorenzoni, então deputado federal, foi indicado como coordenador do grupo, e mais tarde veio a ser indicado como ministro. Também estavam no grupo e foram posteriormente nomeador ministros Paulo Guedes, Augusto Heleno, Marcos Pontes e Sergio Moro. Também fizeram parte da equipe de transição Arthur e Abraham Weintraub, Adolfo Sachsida, Ricardo Velez, Damares Alves e Roberto Castello Branco.

Transição de FHC para Lula teve cooperação absoluta

Além de sancionar a lei que veio a oficializar as regras para a criação de um governo de transição, Fernando Henrique Cardoso foi além e montou uma agenda politica de passagem de governo e indicou nomes de seus ministérios para fazer parte do primeiro governo de Lula.

Os principais nomes indicados pelo petista para fazer parte da equipe de transição foram José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Dulci, Aloizio Mercadante e Luiz Gushihen. Também estavam presentes Henrique Meirelles, Heloisa Helena e até mesmo Ciro Gomes.

Mercado prevê transição tranquila e passa a focar agenda fiscal de Lula

Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Grupo Travelex Confidence, acredita que a distensão da preocupação com a transição é o principal fator por trás da queda do dólar na manhã desta segunda-feira. Depois de chegar a subir 2% imediatamente após a abertura, a 5,4088 reais, a moeda norte-americana firmou queda durante a manhã, e perdeu 1,75% no menor patamar do dia, a 5,2096.

“Esse medo que o mercado tinha de haver uma contestação forte parece que está bem minimizado, não tem apoio institucional nenhum”, disse Weigt à Reuters.

O economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Robin Brooks, disse em publicação no Twitter feita no domingo, antes do resultado das eleições, que os mercados globais “não se importam” com o vencedor do pleito presidencial brasileiro.

“Tudo o que eles querem é uma transição de poder ordenada e incontestável. Se isso acontecer, o Brasil será de longe o mercado emergente mais quente em 2023. O real brasileiro cairá rapidamente abaixo de 5,00 (por dólar) e convergirá para nosso valor justo de 4,50”, disse Brooks, referindo-se à cotação que avalia ser condizente com os fundamentos econômicos do país.

De fato, a moeda brasileira ainda é a que mais ganha no acumulado do ano entre uma cesta de pares globais. O dólar cai mais de 6% contra o real até agora em 2022, depois de encerrar 2021 em 5,5735 reais.

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