Eleições: Embate entre Trump e Biden tem discussões sobre idade avançada e economia
A corrida pela presidência dos Estados Unidos (EUA) continua e traz de volta dois personagens que já tiveram embates no passado: o atual presidente Joe Biden e Donald Trump, ex-presidente.
No centro do debate desta quinta-feira (27) estão temas como o aborto, conflitos internacionais, como guerras entre Ucrânia e Rússia e entre Israel e Hamas, a economia do país e questões pessoais, e a idade dos candidatos.
O que esperar do debate entre Trump e Biden?
Para Denilde Holzhacker, professora de Relações Internacionais da ESPM, uma das diferenças entre esse debate e o anterior, durante as eleições de 2020, é o controle do processo pelas redes de TV CNN e ABC.
“A equipe de Trump tem questionado algumas escolhas, como os âncoras, pois acredita que a CNN pode criar um cenário mais favorável para Biden e mais crítico para Trump”, afirma a professora, que explica que os debates também são importantes para uso posterior nas redes sociais.
As duas campanhas participaram de um sorteio de cara ou coroa que decidiu a posição dos candidatos no palco e quem será o último a falar. Biden ganhou o sorteio, escolhendo a posição à direita, e Trump será o último candidato a ter a palavra.
- Empiricus Research libera +100 relatórios gratuitos em plataforma exclusiva; libere seu acesso aqui
Denilde também explica que a capacidade dos candidatos será analisada pelo eleitor norte-americano. Para além dessa questão, que tem um peso maior para o presidente democrata, a maneira como Trump lidará com questionamentos sobre problemas legais também será analisada.
No caso de Biden, de 81 anos, sinais de fadiga e desorientação são divulgados amplamente na internet e observados com temor por um eleitorado que acredita que ele está muito velho para continuar no cargo.
Entretanto, Trump está logo atrás. Com 78 anos, o ex-presidente também chega a confundir nomes de cidades e líderes em seus discursos. A vitória de qualquer um dos dois ascenderia o líder mais velho do país.
Acerca das questões legais, no final de maio, o republicano foi considerado culpado por um júri de Manhattan de todas as 34 acusações de falsificação de registros comerciais, que também envolvem o pagamento de US$ 130 mil à atriz Stormy Daniels.
Biden lidera por pouco intenções de votos
Segundo o Fivethirtyeight.com, que reúne as últimas pesquisas acerca das eleições norte-americanas, o democrata Joe Biden tem 54,9% de desaprovação. No começo de seu mandato, a opinião dos eleitores era mais favorável, chegando a 53,1% de aprovação.
Enquanto isso, 53,6% do eleitorado possui uma opinião desfavorável acerca do republicano Donald Trump.
A liderança de Biden nas eleições é pequena e recente, tomando a frente apenas a partir do dia 20 de junho. Até ontem (26), ele liderava com 40,8% as intenções de voto, contra 40,7% de seu oponente.
A professora da ESPM afirma que o argumento de Trump sobre injustiça e perseguição política tem sido eficaz para semear desconfiança no sistema de justiça e desacreditar as acusações contra ele, mas que ainda é incerto o impacto real sobre o eleitorado de uma possível condenação, mesmo que domiciliar.
Economia pressiona eleições norte-americanas
Holzhacker afirma que o cenário econômico e a política externa são grandes desafios para Biden junto a eleitores democratas tradicionais, como negros e jovens, enquanto a percepção de que a economia era melhor durante o governo de Trump é maior entre alguns grupos, como os latinos.
“Embora Biden tente destacar os ganhos econômicos, a percepção de piora no custo de vida e consumo das famílias é um ponto explorado por Trump, que deve ser enfatizado no debate”, afirma Denise, complementando que o atual presidente defenderá seu plano de investimento e modernização dos Estados Unidos, mas que provavelmente será questionado sobre aumentos de impostos e maior intervenção na economia.
- LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera relatórios de investimentos gratuitos com recomendações de ações, FIIs e BDRs
A luta para os cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos permanece, enquanto o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, defende uma posição de neutralidade política.
Segundo o CME FedWatch Tool, ferramenta que analisa a probabilidade para cortes nas taxas de juros, a expectativa é de que as reduções ocorram em setembro, ainda durante o governo do atual presidente.
Hoje também é divulgado o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), indicador de inflação que é referência para o Fed e que guia política monetária do país.