Eleições dos EUA: Quem é Donald Trump e quais são seus projetos?
As eleições dos Estados Unidos acontecem na próxima terça-feira (5), e Donald Trump é um candidato forte para assumir a Casa Branca a partir de 2025. Segundo a pesquisa do The New York Times, em parceria com a Siena College, Trump e Kamala Harris aparecem empatados com 48%.
Donald John Trump se tornou o 45º presidente dos Estados Unidos em 2016, após derrotar a candidata Democrata Hillary Clinton. Contudo, o Republicano é mais famoso por sua trajetória como empresário.
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Depois de se formar em economia na Wharton School, em 1968, Trump assumiu os negócios imobiliários de sua família, Elizabeth Trump & Son.
Posteriormente, ele trocaria o nome da empresa para The Trump Organization e expandiria seus empreendimentos em cassinos, hotéis, resorts e até mesmo linhas aéreas.
Em 1983, o empresário contruiu a Trump Tower, um arranha-céu em um dos pontos comerciais mais caros do mundo, a Quinta Avenida em Nova York. Além disso, entre a década de 80 e 90, Trump fez outros empreendimentos notáveis de sua carreira, como a aquisição do Plaza Hotel e o desenvolvimento de diversos cassinos em Atlantic City.
Já em 2004, Trump se tornaria uma figura ainda mais proeminente na cultura popular americana ao estrelar o reality show “The Apprentice” (O Aprendiz). E, apesar de já flertar com a política durante décadas, o empresário só se comprometeu seriamente em 2015.
Anteriormente, a participação política de Trump envolvia doações tanto para o partido Republicano quanto para o Democrata, e expor suas opiniões em questões de comércio, imigração e política externa.
Em junho de 2015, Trump anunciou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos, pelo partido Republicano, e foi eleito. O ex-presidente tentou uma reeleição em 2020, mas perdeu para Joe Biden, dos Democratas, que é o atual presidente dos EUA.
Como foi o mandato de Trump entre 2016-2020?
Durante seu mandato, Donald Trump focou em algumas áreas-chave. Uma das mais conhecidas e controversas é a sua abordagem referente à imigração, que incluiu tentativas de construir um muro na fronteira com o México e a implementação de políticas rigorosas de detenção e exportação.
Outra medida marcante de seu governo foi a implementação de cortes de impostos significativos, através do Tax Cuts and Jobs Act, de 2017.
Na área internacional, Trump adotou uma postura patriota de colocar os Estados Unidos em primeiro lugar, renegociando acordos comerciais como o NAFTA (substituído pelo USMCA), que engloba Canadá e México.
Além disso, o ex-presidente retirou o país norte-americano de tratados internacionais como o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e o Plano de Ação Conjunto Global (PACG) com o Irã.
Plano de governo para 2025
Pensando na economia dos Estados Unidos, Trump coloca como inimiga número 1 a inflação. O republicano culpa o governo de Joe Biden pela alta dos preços e diz que a inflação atingiu níveis recordes sob a atual administração.
De acordo com a página oficial do candidato, ele irá “reconstruir a maior economia da história”. A proposta afirma que, para a recuperação econômica do país, Trump vai reduzir impostos, trazer salários maiores e mais empregos para os trabalhadores americanos.
Vale lembrar que está na função do Federal Reserve decidir os cortes de juros, e o presidente não tem qualquer poder sobre a decisão do banco central do país.
O ex-presidente pretende dar continuidade ao seu projeto Tax Cuts and Jobs Act. O programa visa a redução de impostos e geração de empregos para um alívio fiscal às famílias de renda média; simplificação tributária para a população; crescimento econômico; e repatriação das rendas estrangeiras.
Este projeto expira em 2025, e Trump pretende torná-lo permanente. “Foi isso que nos deu a grande economia. Faremos cortes de impostos adicionais”, afirmou. “Nós os tornaremos permanentes”
Além disso, o plano de governo de Trump indica uma adição de tarifas de, pelo menos, 10% sobre todas as importações de países externos. Contudo, para a China, a tarifa sobe para 60%.
De acordo com a estimativa publicada pelo Peterson Institute for International Economics, em maio, essas tarifas podem custar a uma família de renda média cerca de US$1.700 por ano.
Em um discurso na Carolina do Norte, Trump afirmou que as taxas poderiam chegar a até 20%. “Teremos tarifas de 10 a 20% sobre países estrangeiros que vêm nos enganando há anos”, declarou.
Relações com o exterior
O plano de governo republicano visa abraçar o patriotismo norte-americano, trazendo uma posição de liderança no exterior.
“A derrota humilhante da administração Harris-Biden no Afeganistão encorajou regimes desonestos, grupos terroristas e rivais como China, Rússia, Coreia do Norte e Irã que estavam em retirada”, afirma o site oficial de Trump.
Referente à imigração, Trump pretende restaurar o “Remain in Mexico” (Permaneça no México), projeto que, segundo a Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos, viola o direito de asilo dos imigrantes.
De acordo com o plano do republicano, “o ataque de imigrantes ilegais invadindo as fronteiras abertas ameaça a segurança pública, drena o tesouro, prejudica os trabalhadores dos EUA e sobrecarrega escolas e hospitais”.
Questões sociais
No quesito social, Trump defende a liberdade de expressão e está “absolutamente comprometido em destruir o regime de censura de esquerda”, segundo o site oficial do ex-presidente.
O plano do republicano inclui:
- Demitir qualquer burocrata federal que tenha se envolvido na censura da fala legal de cidadãos americanos;
- Proibir fundos do contribuinte de serem usados para categorizar a fala legal para fins de censura ilícita;
- Proibir agências federais de censurar a fala;
- Interromper o financiamento federal para todos os programas acadêmicos e sem fins lucrativos envolvidos na censura;
- Aprovar uma declaração digital de direitos;
- E promulgar uma legislação histórica para limitar drasticamente a capacidade das grandes plataformas de mídia social de restringir a liberdade de expressão.
Apesar disso, Trump também acredita na defesa do “direito dos pais”. Isso inclui cortar o financiamento federal para qualquer escola ou programa que impulsione a “Teoria Crítica da Raça” ou ideologia de gênero.
“O presidente Trump vetará o esforço sinistro de transformar a educação cívica em uma arma, manter os homens fora dos esportes femininos e criar um órgão de credenciamento para certificar professores que adotam valores patrióticos”, afirma a página.