Eleições Americanas

Eleições dos EUA: Quais são as propostas dos candidatos à presidência?

31 out 2024, 19:10 - atualizado em 31 out 2024, 19:10
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(Imagem: Reuters/Montagem Money Times)

As eleições dos Estados Unidos estão chegando, em uma corrida eleitoral acirrada entre Donald Trump e Kamala Harris. Segundo a pesquisa do The New York Times, em parceria com a Siena College, os candidatos aparecem empatados com 48%.

A eleição ocorre na próxima terça-feira (5), e o resultado saíra ao longo da contagem dos votos pelos estados. 

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De acordo com a análise da XP Research, em um novo governo de Trump, o cenário a se esperar é de maior volatilidade para mercados emergentes, com um aumento de tarifas e cortes de impostos. 

A corretora fala em um aumento na inflação norte-americana, com prolongamento da alta de juros e valorização do dólar, o que geraria pressões inflacionárias domesticamente.

Em contrapartida, o cenário base de um governo de Harris é a manutenção do status quo, com as relações comerciais diretas com o Brasil devendo permanecer semelhantes. 

“Do ponto de vista macro, ao mesmo tempo que um maior crescimento econômico seja possível, vemos um maior risco de mercado, dado um possível aumento de supervisão regulatória e aumento de impostos corporativos”, afirmaram os analistas da XP Investimentos

A corretora acredita que esse movimento pode causar uma saída de fluxos dos EUA migrando para mercados emergentes e beneficiando o Brasil.

Além disso, a XP ressalta os impactos setoriais que, em um governo Trump, pode beneficiar setores de exportação de commodities com um dólar mais forte e um deslocamento da demanda chinesa dos EUA para o Brasil.

Enquanto isso, um governo Kamala pode ser positivo para empresas com exposição a investimentos verdes e minerais críticos, segundo os analistas.

As propostas dos candidatos

Tanto Trump quanto Harris possuem visões e focos diferentes em suas propostas. 

Historicamente, o partido Republicano é mais “conservador”, defendendo a prosperidade econômica, preservação dos valores e tradições americanas e a restauração do “American Dream” (sonho americano).

Já o partido Democrata é considerado “liberal”. De acordo com a página oficial da sigla, eles acreditam que a economia deveria funcionar para todos.

Plano de governo de Donald Trump

Pensando na economia dos Estados Unidos, Trump foca seu inimigo número 1 como a inflação. O republicano culpa o governo de Joe Biden pela alta dos preços e diz que a inflação atingiu níveis recordes sob a atual administração. A afirmação, no entanto, é falsa. 

De acordo com a página oficial do candidato, ele irá “reconstruir a maior economia da história”. A proposta afirma que, para a recuperação econômica do país, Trump vai reduzir impostos, trazer salários maiores e mais empregos para os trabalhadores americanos.

Vale lembrar que está na função do Federal Reserve decidir os cortes de juros, não estando totalmente no poder do futuro presidente norte-americano. 

O ex-presidente pretende dar continuidade ao seu projeto Tax Cuts and Jobs Act. O programa visa a redução de impostos e geração de empregos para um alívio fiscal às famílias de renda média; simplificação tributária para a população; crescimento econômico; e repatriação das rendas estrangeiras.

Este projeto expira em 2025, e Trump pretende torná-lo permanente. “Foi isso que nos deu a grande economia. Faremos cortes de impostos adicionais”, afirmou. “Nós os tornaremos permanentes”

Além disso, o plano de governo de Trump indica uma adição de tarifas de, pelo menos, 10% sobre todas as importações de países externos. Contudo, para a China, a tarifa sobe para 60%. 

De acordo com a estimativa publicada pelo Peterson Institute for International Economics, em maio, essas tarifas podem custar a uma família de renda média cerca de US$1.700 por ano. 

Em um discurso na Carolina do Norte, Trump afirmou que as taxas poderiam chegar a até 20%. “Teremos tarifas de 10 a 20% sobre países estrangeiros que vêm nos enganando há anos”, declarou. 

Relações com o exterior

O plano de governo republicano visa abraçar o patriotismo dos Estados Unidos, trazendo uma posição de liderança no exterior.  

“A derrota humilhante da administração Harris-Biden no Afeganistão encorajou regimes desonestos, grupos terroristas e rivais como China, Rússia, Coreia do Norte e Irã que estavam em retirada”, afirma o site oficial de Trump. 

Referente à imigração, Trump pretende restaurar o “Remain in Mexico” (Permaneça no México), projeto que, segundo a Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos, viola o direito de asilo dos imigrantes.

De acordo com o plano do republicano, “o ataque de imigrantes ilegais invadindo as fronteiras abertas ameaça a segurança pública, drena o tesouro, prejudica os trabalhadores dos EUA e sobrecarrega escolas e hospitais”. 

Plano de governo de Kamala Harris

Do outro lado, o governo Biden-Harris aplicou o “Inflation Reduction Act” (Ato de Redução da Inflação) em 2022, que destina US$369 bilhões para apoiar a transição energética do país. 

O projeto possui três componentes: oferece créditos fiscais e financiamento para incentivar projetos de energia verde; expande os cuidados de saúde subsidiados pelo governo e reduz os custos de medicamentos prescritos; e mexe com códigos fiscais para arrecadar mais dinheiro de corporações. 

Apesar disso,  nem todos os detalhes entraram em vigor, dando o grande foco para a transição energética no país. No seu primeiro ano de operação, o projeto arrecadou mais de US$270 bilhões destinados à energia renovável, de acordo com o American Clean Power Association

Um dos grandes focos nas propostas de Harris é ajudar a tornar a habitação mais acessível.

O plano, baseado em propostas já anunciadas pelo presidente Joe Biden, promete até US$ 25 mil (cerca de R$ 136 mil) para o pagamento de entrada para compradores de primeira casa, crédito tributário de US$ 10 mil (cerca de R$ 54 mil) para quem adquire seu primeiro imóvel, incentivos fiscais para construtoras que desenvolvem projetos para esses compradores e a ampliação do incentivo tributário para habitações acessíveis.

Inclui ainda um novo fundo de inovação de US$ 40 bilhões para promover moradias inovadoras, destinação de algumas terras federais para habitação acessível e eliminação de benefícios fiscais para investidores que adquirem grande quantidade de imóveis para aluguel.

Além disso, Harris prometeu construir 3 milhões de casas acessíveis para a classe média até o final do primeiro mandato. 

“Como presidente, vou trabalhar em parceria com a indústria para construir as casas que precisamos, tanto para alugar quanto comprar”, afirmou a vice-presidente. “Vamos derrubar barreiras e cortar a burocracia, inclusive nos níveis estadual e local”.

Imigração

O assunto de imigração se tornou um calcanhar de Aquiles na candidatura de Harris à presidência. Em  2021, a vice-presidente estava encarregada de resolver a crise nas fronteiras. 

Na época, o número de travessias disparou, reflexo das medidas anti-imigração aplicadas durante o governo de Donald Trump. De acordo com dados da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA de 2021, 173.348 migrantes foram detidos ao tentar cruzar a fronteira sem documentos, o maior número em 20 anos.

Apesar disso, nenhum dos projetos criados para resolver a crise migratória foi aprovado, levando para que 2023 marcasse um dos piores anos para a crise na fronteira. Segundo o Departamento Nacional de Segurança dos EUA, 8.600 pessoas cruzaram a fronteira em apenas um dia em setembro do ano passado.

Com isso, Harris prometeu que trabalhará com republicanos e independentes para garantir a segurança nas fronteiras , assim como uma reforma do sistema migratório americano, caso seja eleita presidente.

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Estagiária de Redação
Estudante da área de comunicação, cursando Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Ingressou no Money Times em 2024 como estagiária.
marcela.malafaia@moneytimes.com.br
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