Eleições

Eleições 2024: Direita tem presença de quase 70% nas capitais; entenda o porquê

10 out 2024, 18:43 - atualizado em 10 out 2024, 18:43
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Direita tem presença de quase 70% nas capitais do Brasil (Imagem: Gilnature/ iStock)

A direita elevou sua presença nas eleições municipais de 2024. Apenas nas capitais, cinco candidatos de direita foram eleitos para a prefeitura e 13 passaram para o segundo turno, totalizando uma presença de 69,23%.

Em comparação, a esquerda foi eleita em uma capital neste ano e está em apenas 4 segundos turnos. Além disso, 5 capitais elegeram o “centrão”, que também aparece em 6 segundos turnos, contando com centro-direita e centro-esquerda.

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De acordo com o cientista político, Rafael Cortez, há duas possíveis explicações para este movimento de alta: as “regras do jogo” das eleições e a questão político-ideológica.

O Brasil passou por algumas mudanças institucionais no plano do sistema eleitoral, que concentraram poder nos maiores partidos”, explicou.

Proibição de coligação das eleições proporcionais, cláusula de barreira, e, sobretudo, a proibição da doação de pessoas jurídicas, o que conferiu um poder muito grande para o recurso público afetar o desempenho de partidos e candidatos”. 

Cortez ressaltou que, essa distribuição de recursos, é distribuída proporcionalmente ao tamanho dos partidos.De tal sorte que partidos que eram maiores, no início da regra, tem mais acesso a recursos e, portanto, são mais competitivos no futuro”, completou.

As questões político-ideológicas

Referente às questões político-ideológicas, o cientista político afirmou que, com a economia brasileira sendo fundamentalmente de serviços, o vínculo com a esquerda vem se quebrando.

Isso, de alguma maneira, quebra um vínculo que a esquerda construiu com a sociedade no auge da industrialização”, declarou.

De acordo com Cortez, a conexão da esquerda com os sindicados vai se perdendo, de alguma maneira, devido à transição com a economia de serviços, que é mais individualizada e dispersa. 

Já no plano moral e cultural, o crescimento dos evangélicos e da produção de projetos políticos e de poder, fomentado pela liderança do campo religioso, também pode explicar o aumento da direita.

“Como esse eleitorado é grande, quantitativamente, e tem organizado projetos comuns em torno disso, isso também facilita e conecta mais os partidos de direita e centro-direita conservadores, do que em relação à esquerda”, explicou Cortez. 

Além disso, o cientista político ressaltou que a tendência é da continuidade desse crescimento de concentração de forças dentro do campo da direita.

Até porque também dentro da direita vai ter uma disputa para quem consegue canalizar esse eleitorado”, afirmou.

E a tendência é que permaneça, porque são fatores estruturais. A regra do jogo, distribuição de recursos permanecendo a mesma, vai seguir facilitando a vida de quem parte do que é grande”, completou Cortez.

Confira o alinhamento político por estado

*Com base no artigo “Uma Nova Classificação Ideológica dos Partidos Políticos Brasileiros“, considera-se os partidos: 
Esquerda: PCB, PC do B, PDT, PSB, PSOL, PSTU, PV, Rede, UP e PT;
Centro: Agira, Avante, Cidadania, DC, MDB, Mobiliza, PGT, PAN, PHS, PPL, PMB, PMDB, PMN, PRN, PRP, PSD, PSDC, PTB, PT do B, PTN, Podemos, PPS, SD e Solidariedade;
Direita: DEM, PFL, PL, PP, PPB, PSL, PSC, PRB, PRD, PRTB, Republicanos, PSDB, Patriota, Novo e União Brasil.

Os resultados do primeiro turno das eleições

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 2.626 municípios do Brasil elegeram candidatos de direita para a prefeitura. Este valor representa uma alta de 5% ante 2020, quando o número era de 2.502.

Por outro lado, a participação dos candidatos eleitos de esquerda caiu 13%. Em 2020, 852 candidatos deste espectro político foram eleitos, já neste ano, o número ficou em 742. Vale lembrar que os resultados do segundo turno podem alterar este valor.

Rio Branco (AC)

O candidato Tião Bocalom (PL) foi reeleito prefeito de Rio Branco, capital do Acre. Ele obteve 108.605 votos, o que representa 54,82% dos votos válidos.

Maceió (AL)

Os eleitores de Maceió, capital de Alagoas, reelegeram João Henrique Caldas (PL) para a prefeitura da cidade, neste domingo (6). Com 100% das seções eleitorais totalizadas, ele somou 379.544 votos.

Macapá (AP)

Dr. Furlan (MDB) foi eleito como prefeito de Macapá, capital do Amapá para os próximos quatro anos. Ao fim da apuração, Dr. Furlan teve 204.291 votos, 85,08% dos votos válidos.

Manaus (AM)

A capital do Amazonas, Manaus, ainda não teve sua decisão de prefeitura, indo para o segundo turno das eleições. Os candidatos concorrendo para prefeito são David Almeida (Avante) e Capitão Alberto Neto (PL).

Salvador (BA)

O candidato Bruno Reis (União Brasil) foi reeleito prefeito de Salvador, capital da Bahia. Ele obteve 1.045.690 votos, o que representa 78,67% dos votos válidos.

Fortaleza (CE)

A disputa para a prefeitura de Fortaleza, capital do Ceará será definida em segundo turno, no dia 27 de outubro. Os candidatos na corrida eleitoral são André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT).

Vitória (ES)

Lorenzo Pazolini (Republicanos) foi reeleito prefeito de Vitória, capital do Espírito Santo. Com 100% das seções totalizadas, Pazolini somou 105.599 votos (56,22% dos votos válidos).

Goiânia (GO)

Fred Rodrigues (PL) e Sandro Mabel (União Brasil) vão disputar o segundo turno na eleição que escolherá o prefeito de Goiânia, capital de Goiás.

São Luís (MA)

O candidato Eduardo Braide (PSD) foi reeleito prefeito de São Luís, capital do Maranhão. Ele obteve 403.981 votos, o que representa 70,12% dos votos válidos (dados somente a candidatas e candidatos).

Cuiabá (MT)

Os candidatos Abilio Brunini (PL) e Lúdio (PT) vão disputar o segundo turno das eleições em Cuiabá, capital do Mato Grosso.

Campo Grande (MS)

Duas mulheres irão disputar a Prefeitura de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, no 2º turno das eleições municipais. Os eleitores da capital voltarão às urnas em 27 de outubro para escolher entre as candidatas Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil).

Belo Horizonte (MG)

Os candidatos Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) passaram para o segundo turno na concorrência pela prefeitura de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Belém (PA) 

Os candidatos Igor Normando (MDB) e delegado Éder Mauro (PL) vão disputar o segundo turno para a prefeitura de Belém, capital do Pará.

João Pessoa (PB)

A prefeitura de João Pessoa, capital da Paraíba, será definida no segundo turno das eleições municipais. A disputa será entre o atual prefeito, Cícero Lucena (PP), e o candidato Marcelo Queiroga (PL).

Curitiba (PR)

Na corrida pela prefeitura da capital do Paraná, Curitiba, passaram para o segundo turno os candidatos Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB)

Recife (PE)

O candidato João Campos, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), foi reeleito prefeito de Recife, capital de Pernambuco, no primeiro turno das eleições municipais. Ele obteve 725.721 votos, o que representa 78,11% dos votos válidos.

Teresina (PI)

O candidato Silvio Mendes (União Brasil) foi eleito prefeito de Teresina, capital do Piauí, com 239.848 votos, o que representa 52,19% do total de votos válidos

Rio de Janeiro (RJ)

O eleitorado do Rio de Janeiro (RJ) reelegeu, Eduardo Paes (PSD) para a prefeitura da cidade. Ele obteve 1.861.856 votos (60,47% do total dos votos válidos). Será o quarto mandato de Paes como prefeito do município.

Natal (RN)

Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT) vão disputar, no dia 27 de outubro, o segundo turno da eleição para a prefeitura de Natal, capital do Rio Grande do Norte.

Porto Alegre (RS) 

A disputa para a prefeitura de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, será definida em segundo turno, no próximo dia 27. A corrida eleitoral conta com o candidato Sebastião Melo (MDB) e a candidata Maria do Rosário (PT).

Porto Velho (RO)

A candidata Mariana Carvalho (União Brasil) e o candidato Léo (Podemos) irão disputar o 2º turno para a Prefeitura de Porto Velho, capital de Rondônia.

Boa Vista (RR)

O eleitorado de Boa Vista reelegeu Arthur Henrique (MDB) para a prefeitura da capital de Roraima, com 133.180 votos (75,18% do total de votos válidos).

Florianópolis (SC) 

O candidato Topázio Neto (PSD), foi reeleito prefeito de Florianópolis, capital de Santa Catarina, no primeiro turno das eleições municipais. Ele obteve 161.839 votos, o que representa 58,49% dos votos válidos.

São Paulo (SP)

O novo prefeito da cidade de São Paulo (SP) será definido apenas em 2º turno, no próximo dia 27 de outubro. A disputa ficará entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

Aracaju (SE) 

A disputa pela prefeitura de Aracaju, capital do Sergipe, será definida no segundo turno, entre Emília Corrêa (PL) e Luiz Roberto (PDT).

Palmas (TO)

Os candidatos Janad Valcari (PL) e Eduardo Siqueira Campos (Pode) vão disputar a prefeitura de Palmas, capital do Tocantins, no segundo turno, em 27 de outubro.

Crescimento dos alinhamentos por eleição (mil)

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