Pesquisa Eleitoral

Eleições 2022: Medo da inflação interrompe recuperação de Bolsonaro, diz Lavareda

25 mar 2022, 11:52 - atualizado em 25 mar 2022, 11:52
Um carrinho de compras cheio está parado em frente a uma gôndola de massas
Para 77% dos brasileiros os preços “aumentaram muito”, colocando a inflação como empecilho à candidatura de Bolsonaro nas Eleições 2022

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca reeleição nas eleições 2022, volta a enfrentar dificuldades junto ao eleitorado, como demonstra a pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira (25).

Para Antonio Lavareda, sociólogo e cientista político, o medo da inflação é o fator que interrompe a recuperação do candidato nas pesquisas eleitorais.

Hoje foi divulgada a prévia da inflação oficial do Brasil em março, o IPCA-15 subiu 0,95% segundo dados do IBGE.

Apesar da desaceleração em relação ao mês anterior, cuja alta foi de 0,99%, o indicador veio aquém do esperado pelo mercado. A MCM Consultores, por exemplo, projetava que o IPCA-15 iria arrefecer para 0,75% em março.

A pesquisa Ipespe mais recente mostrou que a intenção de votos para Bolsonaro caiu de 28% para 26% na comparação com a edição apresentada no dia 11 de março.

Na outra ponta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que têm liderado todas as pesquisas eleitorais até o momento, ampliou sua vantagem de 43% para 44%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Eleitor vota com o bolso nas Eleições 2022

As medições quinzenais mostram que o medo da inflação dispara e interrompe a recuperação de Bolsonaro esboçada entre janeiro e início de março, pontua Lavareda.

Segundo a pesquisa, para 77% dos brasileiros os preços “aumentaram muito” e para 20% os produtos “aumentaram”. Apenas 1% disseram que ficaram “iguais” e outros 1% acharam que eles até “diminuíram.

“Como em qualquer sociedade, o aumento da inflação se sobrepõe à queda do dólar e mesmo à redução do desemprego. E faz a opinião de que a economia vai no rumo errado voltar ao patamar de fevereiro, 63%, versus 27% que afirmam que ela está no rumo certo”, diz Lavareda.