Eleições 2022

Eleições 2022: Com vitória de Bolsonaro ou Lula, qual o rumo do comércio e do varejo?

28 set 2022, 15:08 - atualizado em 28 set 2022, 15:08
Urna Eletrônica
Primeiro turno das eleições 2022 ocorre no próximo domingo, 2 de outubro (Imagem: Roberto Jayme/Ascom/TSE)

No próximo domingo, 2 de outubro, ocorre o primeiro turno das eleições 2022, em que eleitores de todo o Brasil vão às urnas definir quais candidatos ocuparão os cargos de Presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais.

Nestas eleições, se destaca o cenário para definição do Presidente, que está polarizado entre o atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente, Lula.

A última pesquisa Ipec, contratada pela TV Globo, mostra um cenário favorável para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que abriu 17 pontos de vantagem ante Jair Bolsonaro (PL) e se aproximou de vencer a disputa no primeiro turno.

Nesse levantamento, Lula aparece com 48% das intenções de voto contra 31% de Bolsonaro. O petista aumentou um ponto em relação ao levantamento divulgado anteriormente, enquanto o candidato a reeleição se manteve com a mesma pontuação.

A definição do Presidente da República pode levar a diferentes cenários para o setor de comércio, varejo, e consumo.

A CNC, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, destaca que é apartidária, contudo, divulgou as propostas para o setor que foram apresentadas aos presidenciáveis.

Propostas da CNC

A CNC afirma que democracia, segurança jurídica e livre mercado são os três princípios defendidos com pela Confederação, que deverão nortear os caminhos do próximo mandatário pela retomada do crescimento econômico e social.

“Não podemos aspirar a sermos um país desenvolvido se não existirem esses três componentes indispensáveis”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Dessa forma, em relação ao setor, a CNC defende:

  • O melhor ambiente de negócios e a segurança jurídica;
  •  O controle da inflação e o respeito ao teto de gastos;
  • A racionalização dos gastos públicos e mais eficiência na máquina estatal;
  • O combate às desigualdades sociais por meio da educação;
  • A modernização do sistema tributário nacional e a simplificação da carga tributária;
  • Alíquotas diferenciadas por setor produtivo;
  • A criação do Código de Defesa do Contribuinte;
  • Um novo Código Comercial;
  • A flexibilização da legislação trabalhista;
  • O fortalecimento das negociações coletivas;
  • A mudança do Estado excessivamente regulador e sancionador para o papel de orientador;
  • A utilização da arbitragem, da conciliação, da mediação e de demais métodos alternativos para a resolução de conflitos;
  • A unicidade e a autorregulação sindical;
  • A regulamentação do comércio eletrônico;
  • A modernização da malha logística do País e a redução dos custos de transporte;
  • O equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento da atividade econômica;
  • A promoção da saúde integral dos indivíduos e da coletividade nos diferentes ciclos de vida;
  • O compromisso das instituições do Sistema Comércio em favor de políticas públicas educacionais.

Os pontos defendidos buscam pautar os princípios defendidos pela Confederação. Todas as propostas e recomendações podem ser conferidas aqui.

Guilherme Mercês, diretor de economia e inovação da CNC, destacou em entrevista ao Money Times que a proposta foi construída a partir do posicionamento dos diversos empresários presentes no setor, considerando as questões que afetam o ambiente e a competitividade dos negócios.

Mercês destaca que as propostas abrangem questões tributárias, de bem-estar social, segurança e um leque de questões que afetam o ambiente de negócios do comércio.

Questionado sobre a receptividade dos presidenciáveis sobre as propostas, Mercês apontou que foi positiva e de que a expectativa é que, independente de quem seja eleito, exista um cuidado com as questões comerciais, visto que se trata de um setor de alta importância para a economia brasileira.

Confira os aspectos das propostas dos dois candidatos à frente nas pesquisas no que diz respeito ao comércio e que conversam com as propostas do comércio de bens, serviços e turismo apresentadas pela CNC.

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Cenário com Bolsonaro na Presidência

O plano de governo divulgado por Jair Bolsonaro abrange aspectos como a tecnologia, parcerias comerciais e desenvolvimento do potencial turismo brasileiro.

Dessa forma, o plano destaca que tecnologia de ponta, energia limpa, escolas com currículos adaptados às necessidades de um mundo digitalizado, indústria flexível e adaptativa, e capacidade de agregar valor aos recursos naturais irão gerar renda, emprego e bem-estar social.

A proposta diz ainda que é necessário pragmatismo no relacionamento com outros países nesse aspecto.

“Devem-se buscar parcerias comerciais e tecnológicas com aquelas nações que ofereçam respostas às necessidades do País, que complementem aquilo que não é possível ser integralmente dominado pela indústria nacional e que estejam dispostas a ser nossas sócias para diversificar e melhorar o que é feito aqui”, afirma.

Cenário com Lula na Presidência

O plano de governo de Lula apresenta propostas que abordam a tributação no comércio, atrelada à realização de uma reforma tributária geral.

“Essa reforma será construída na perspectiva do desenvolvimento, “simplificando” e reduzindo a tributação do consumo, corrigindo a injustiça tributária ao garantir a progressividade tributária, preservando o financiamento do Estado de bem-estar social, restaurando o equilíbrio federativo, contemplando a transição para uma economia ecologicamente sustentável e aperfeiçoando a tributação sobre o comércio internacional, desonerando, progressivamente, produtos com maior valor agregado e tecnologia embarcada”, diz o plano.

Ademais, em relação ao comércio internacional, o plano de governo de Lula defende novas diretrizes para o comércio
exterior, a integração comercial e as parcerias internacionais. Ainda sem especificações de quais seriam essas diretrizes.

* Com Matheus Caselato

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