Eleições 2022: Bolsonaro retoca foto de 2018 com ruralistas e mira o MDB do presidente da FPA
Não havia dúvida, mas vale a nova foto.
Assim foi que a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) pousou na quarta-feira com o presidente Jair Bolsonaro (PL), retocando o apoio da bancada de deputados e senadores à reeleição.
A cena é a mesma de 2018, com a diferença de que naquela primeira campanha Bolsonaro carimbou o agronegócio como ‘seu’ e foi um dos setores decisivos para sua eleição.
Na de ontem, foi mera formalidade, mas ainda pode servir para despertar indecisos e, quem sabe, roubar alguns votos que foram dispersos, entre outros candidatos, especialmente nas regiões chaves para o presidente e para o agronegócio, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
O foco, como deixou explícito o presidente da FPA, deputado Sérgio Souza (PR), é o MDB, seu partido. Ele é líder do governo na Câmara Federal, inclusive.
Simone Tebet (MS), terceira colocada na disputa, já declarou apoio incondicional da Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, mas o partido declarou neutralidade.
A legenda tem ainda muita capilaridade no interior do Brasil e é visto com tendo eleitores com pouca fidelidade.
Outra diferença de 2018 é que a FPA, então, era dirigida pela deputada Tereza Cristina, e daí foi catapultada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Agora, na foto de ontem, ela apareceu com a Senadora do PP mais votada, mais de 60% dos votos válidos do Mato Grosso Sul.
Para além da campanha, vale destacar que a bancada ruralista ganhou mais peso nos últimos quatro anos e foi um forte ponto de apoio para o governo no Congresso.
Formalmente, ganhou mais de 30 parlamentares, chegando a mais de 240. Como todo agrupamento parecido nas duas casas, a atração não se dá só pelo CNPJs – ou seja, atrai simpatizantes por razões ideológicas e políticas regionais ligadas às bases.
Mesmo que o presidente não consiga a reeleição, certamente a FPA deverá crescer mais ainda, mesmo porque a força demonstrada pela direita e centro-direita fez com que Bolsonaro elegesse uma base congressual entre as maiores que um presidente em exercício tenha conseguido, desde a redemocratização.
Só o PL fez 99 deputados, se tornando a bancada líder, e o Senado ficou mais ainda com as cores da campanha do presidente.
Vale o título do texto estampado por Money Times na segunda (3): Com Bolsonaro, agro fará barba e cabelo; com Lula, dará trabalho.
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