Eleições 2022: Analistas dizem o que vai fazer preço no dólar
Começou a corrida eleitoral. Até o momento, desenha-se um duelo entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como mostram pesquisas preliminares de intenção de votos.
Na verdade, a campanha começou faz tempo e o mercado já absorveu como será a disputa pelo Planalto.
A típica volatilidade dos ativos locais no período eleitoral irá prevalecer nas próximas semanas, dizem analistas.
Cenário fiscal
E, segundo eles, o pulo do gato nesta eleição é o cenário fiscal. Não que nunca tenha sido.
É que com as pesquisas sinalizando que os principais jogadores são Bolsonaro e Lula, a questão é como será o esquema tático de cada um.
Ou melhor, as propostas para a economia nos próximos quatro anos e o que isso dirá sobre o controle das contas públicas.
O cientista político da Tendências Consultoria, Rafael Cortez, diz que o cenário fiscal é de longe a maior preocupação do mercado. Ele ressalta que o foco dos investidores será os sinais dos gastos públicos no ano que vem.
Escalação
Não apenas isso. Sabendo que a Emenda Constitucional sobre o teto de gastos será alterada, independentemente de quem ganhar nas urnas, Cortez pontua que à medida que a eleição ganha corpo e o resultado da eleição vai ficando mais claro, pistas da formação da equipe econômica e o desenho do projeto econômico do próximo presidente deverá fazer preço no dólar.
O sócio da Nexgen Capital, Felipe Izac, observa que, quanto mais candidatos indicarem medidas populistas e menos comprometimento com gastos públicos nos próximos quatro anos, maior será o enfraquecimento do real frente ao dólar. E vice-versa.
O profissional da Nexgen acompanha a leitura de Cortez, da Tendências, de que o mercado estará atento a qualquer comentário e sinais da composição do governo, como um todo.
“Aí, o mercado vai começar a precificar quais podem ser as possíveis medidas [econômicas e fiscais] de cada candidato durante seu mandato”, acrescenta.
Orçamento 2023
Analistas do banco Safra destacam que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2023, aprovada na semana passada, não contou com parâmetros atualizados, o que sugere uma subestimação das receitas tributárias.
Contudo, pelo lado da despesa, o Safra projeta um teto de gastos R$ 21 bilhões acima do indicado na LDO, refletindo um índice oficial de inflação do país (IPCA) mais alto neste ano, segundo projeções do banco.
“Assim, partindo do teto de R$ 1,681 trilhão para 2022, o teto para 2023 deve alcançar R$ 1,812 trilhão, alta de 8%, contra o valor de R$ 1,791 trilhão descrito na LDO”, calcula a equipe do banco.
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