Coluna do Antonio Samad Jr

Eleição vs Bolsa: É hora de comprar ações?

11 out 2022, 11:35 - atualizado em 11 out 2022, 11:36
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“Com todo esse estresse, uma boa estratégia é exercer a paciência. Principalmente o investidor que está começando”, coloca (Imagem: Ag. Brasil/ Antonio Augusto)

Definitivamente, o tom do mercado este ano é a altíssima volatilidade. Vimos o mercado exagerando na queda e, em alguns momentos, aconteceram fortes altas, inesperadas até.

É uma característica comum quando o cenário está indefinido. E aqui no Brasil, no que diz respeito à Bolsa de Valores, os preços dos papéis estão extremamente baixos, o que ajuda no processo de alta de vez em quando.

Por outro lado, no mundo todo diversas economias beiram a recessão, principalmente a dos Estados Unidos, que se mostra em perigo. E a Europa nem se fala, passa por momento de grande desafio.

Com tudo isso é até natural que haja volatilidade. O fato é que a Bolsa não está para o investidor de início de carreira se aventurar muito.

É preciso bastante precaução e pés no chão porque os movimentos estão fortes para qualquer dos lados. E ainda há um componente doméstico que é a eleição presidencial polarizada.

Eu nunca vi uma eleição tão confusa como essa. Fica difícil dar qualquer palpite porque, querendo ou não, a política acaba contribuindo para as oscilações nos preços dos papéis.

Com todo esse estresse, uma boa estratégia é exercer a paciência. Principalmente o investidor que está começando.

Para o investidor que já fez sua opção e entrou comprando em situação de preço mais elevado, não cabe ficar desesperado e sair vendendo com prejuízo.

Já o investidor que ainda não tomou posição, vale a pena ter um pouco de calma, de paciência e, inclusive, aproveitar as altas taxas de juros da atualidade.

Procurando direitinho é possível encontrar títulos de renda fixa em emissores menores pagando 17% ao ano. É muita taxa na renda fixa.

Costumo dizer que a taxa de juros alta é a maior competidora da renda variável. Porém, aquele investidor que tem mentalidade de médio ou longo prazo, que lida bem com a volatilidade e não se desespera, tem a opção de se posicionar com ativos de renda variável em doses homeopáticas.

Não se deve comprar tudo de uma vez porque é certo que vamos ter volatilidade pela frente. Neste caso cabe fazer aportes recorrentes a cada 15 ou 30 dias, fracionando esse investimento em renda variável pelo período de dez meses, por exemplo. Dessa forma, com cautela, o investidor também pode ter boas histórias para contar lá na frente.

Obviamente que, neste sobe e desce que é a Bolsa, sempre há aqueles papéis que apresentam desempenho acima da média.

A Petrobras (PETR4), por exemplo, até o dia 10 de outubro acumulava alta, no ano, de 74,05%. E há uma boa explicação para isso.

Focando apenas no papel, nos fundamentos da empresa, a Petrobras é um dos ativos mais atrativos da Bolsa. Não só porque está pagando bons dividendos, mas também pelo seu tamanho, pela sua capacidade de gerar receita, pelo seu caixa, pela diminuição de endividamento.

Todos esses motivos tornam a Petrobras um papel bom para ser mantido.

Mas por ser uma estatal, há um viés negativo que é esta indefinição eleitoral e a alta volatilidade que teremos até que o pleito se defina. E justamente por isso, não arrisco afirmar que a petroleira seja a melhor opção.

Como eu disse no início deste texto, o tom do mercado neste ano é o da alta volatilidade. E não faltam componentes internos e externos para manter essa realidade por um bom tempo ainda.

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