Comprar ou vender?

“Eleição não me preocupa. Bolsa está bem barata”, diz Braga, da Encore; veja as ações favoritas da gestora

18 jan 2022, 19:19 - atualizado em 18 jan 2022, 19:19
Petróleo Commodities
Commodities é uma das apostas da gestora (Imagem: REUTERS/Raheb Homavandi)

A perspectiva de bom desempenho das ações ligadas às commodities, a entrada de investidores estrangeiros e a redução dos resgates dos fundos locais devem trazer alívio para a bolsa brasileira neste início de ano, diz João Luiz Braga, sócio-fundador da Encore, em entrevista.

Atualmente, um terço da carteira da Encore é formada por commodities, incluindo Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e PetroRio (PRIO3) — esta última ganhou espaço da Petrobras (PETR4). Braga vê sinais de melhora da economia da China, onde os estímulos adotados recentemente começam a surtir efeito.

Além disso, ele considera que as avaliações dos preços das empresas de commodities estão baixas em razão da expectativa de queda nos preços matérias-primas, o que não se concretizou.

A carteira da Encore também tem um terço de ativos chamados de “anti-frágeis”, como papéis do setor elétrico, que oferecem proteção contra inflação. Outro terço está em “atacantes”, formado por ações de empresas com potencial de crescimento, como Unidas (LCAM3), Intermédica (GNDI3), Mercado Livre e Totvs (TOTS3).

Estrangeiros

No início deste ano, o investidor estrangeiro continua comprando na bolsa brasileira, enquanto os institucionais vendem para fazer ajustes aos resgates vistos nas carteiras nos últimos dois meses, segundo Braga.

Entre 3 e 12 de janeiro, os estrangeiros já entraram com R$ 6,8 bilhões na B3. Os investidores institucionais fizeram vendas líquidas de R$ 7,2 bilhões no mesmo período.

Para ele, esse fluxo de venda dos investidores institucionais deve diminuir com a desaceleração dos resgates e, junto com o ingresso de estrangeiros, pode trazer um alívio relevante para a bolsa.

Além dos preços depreciados dos ativos, a bolsa tende a se beneficiar da percepção de que câmbio tem “gordura”, diante da balança comercial recorde em 2021 e do diferencial de juros. Estrangeiro hoje não tem tanto medo de “ganhar na bolsa e perder no câmbio”, diz.

Ele também afirma que o investidor internacional já assume que existe barulho político quando aporta recursos em países como o Brasil. “Eleição não me preocupa. Bolsa está bem barata.”

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