Eleição de Milei na Argentina não deve resultar em impactos para o mercado de carne bovina do Brasil
A mudança de governo na Argentina, com a eleição do ultraliberal Javier Milei, não deve trazer impactos sobre a pecuária de corte brasileira e o mercado de carne bovina.
Sendo um grande produtor de carne, o Brasil compra pouca carne argentina – o país vizinho é o sexto maior produtor e o quinto maior exportador de carne bovina, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que, no mercado internacional, também não deve haver acirramento da concorrência com o Brasil.
Ainda que seja esperado que a Argentina exporte mais, a carne produzida no país é reconhecida por sua qualidade e costuma ser comercializada em segmentos diferentes dos ocupados pela proteína brasileira – são poucos os nichos de concorrência direta.
- S&P está próximo de bater as máximas do ano: O céu é o limite? Veja como aproveitar a alta no Giro do Mercado desta quinta-feira (30), é só clicar aqui e assistir:
Por outro lado, o aumento das exportações argentinas abre espaço para o Brasil ampliar as vendas para lá.
Segundo pesquisadores do Cepea, a carne brasileira é mais barata e acessível à população afetada pela crise econômica.
De qualquer forma, esse comércio tenderia a ser modesto. É importante destacar, ainda, que os custos de produção no país vizinho são muito superiores aos dos brasileiros, dificultando sua competitividade junto a parceiros do Brasil, mesmo que o governo argentino implemente políticas de ampla abertura comercial.