Eleições 2022

Eleições: Com Doria fora da corrida, Eduardo Leite pode ser a escolha do PSDB?

23 maio 2022, 13:41 - atualizado em 23 maio 2022, 13:56
Eduardo Leite eleição
Bola da vez? Eduardo Leite, ex-governador do RS, se fortalece com saída de Doria da eleição (Imagem: Facebook/Eduardo Leite)

A tarde desta segunda-feira (23) começou com uma surpresa no meio político, capaz de impactar a eleição em outubro. O então pré-candidato João Doria, do PSDB, anunciou sua desistência da corrida ao Palácio do Planalto.

Em um discurso emocionado, o ex-governador de São Paulo afirmou que “sai da disputa com sentimento de gratidão” e que “entende que não é a escolha da cúpula do PSDB”.

Após o anúncio, o presidente do partido, Bruno Araújo, disse à imprensa que Doria, apesar de “ficar com o coração ferido”, “entrega um compromisso à democracia e aos brasileiros”.

Durante a entrevista, Araújo não descartou um possível apoio dos tucanos à candidatura de Simone Tebet (MDB), nem a uma eventual candidatura de Eduardo Leite ou uma “junção” com Ciro Gomes (PDT), “para fortalecer a terceira via”.

A formação de uma terceira via tem sido amplamente discutida nos últimos meses como uma forma de acabar com a dicotomia entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) e derrotá-los. Ambos lideram a intenção de votos nas pesquisas eleitorais realizadas até o momento.

Segundo uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest neste mês, 45% dos ouvidos preferem que Lula vença, enquanto apenas 29% preferem uma vitória de Bolsonaro.

Aqueles que têm preferência por uma terceira via, e não querem nem Lula e nem Bolsonaro, representam 22% dos entrevistados. É nesse campo que o PSDB, o MDB, o PDT e os demais partidos buscam ganhar espaço.

Para Sérgio Praça, professor do FGV CPDOC, apesar das tentativas dos demais partidos, “vai ser muito difícil para qualquer um desbancar o Bolsonaro dessa posição”.

Praça também acredita que a tese se enfraquece, se o PSDB lançar uma candidatura de Leite à presidência neste momento.

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Cenários para a eleição de outubro

“O que atrapalha o Leite hoje é que a Tebet já está como pré-candidata há alguns meses, então ela tem essa dianteira como cabeça de chapa. Por outro lado, provavelmente o Leite tem uma força política nacional maior do que ela, tanto do ponto de vista do eleitorado, quanto do ponto de vista dos políticos”, diz.

“Se isso tivesse sido definido no final do ano passado, faria mais sentido uma chapa Tebet e Leite, com ele como presidente, mas, definindo agora, ele está em desvantagem”, explica.

Praça não descarta uma possível aliança do MDB e do PSDB com Leite como vice de Tebet.

“Acho que existe a possibilidade de Leite ser vice da Tebet. Das opções que restam para ele, talvez essa seja a melhor”, afirma.

De todas as variáveis para a terceira via, no entanto, a que Praça menos acredita é a de um eventual apoio ou participação de Ciro em outra candidatura.

“Não vejo o Ciro Gomes se unindo a essa terceira via. Acho muito pouco provável que ele se junte a uma candidatura da Tebet ou do Leite — não vou dizer impossível, porque nada na política é, mas é pouco provável”, diz.

No fim das contas, a dança das cadeiras deve continuar — mesmo com as eleições a menos de cinco meses.

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