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Eleição argentina: “Dolarização é irreversível”, diz Ocampo, principal economista de Javier Milei; veja suas ideias

16 nov 2023, 11:24 - atualizado em 16 nov 2023, 11:24
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Ocampo (primeiro à esq.) com a equipe econômica de Milei (ao centro): dolarização argentina já é realidade, diz, às vésperas do segundo turno da eleição (imagem: Twitter/ Emilio Ocampo)

Dolarizar a economia da Argentina é inevitável e vai acontecer, doa a quem doer. A avaliação é de Emilio Ocampo, principal economista da equipe do ultraliberal Javier Milei, que chega ao segundo turno das eleições presidenciais com chances reais de vencer o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, no próximo domingo (19).

Segundo o jornal Valor Econômico, em caso de vitória, Milei pretende nomear Ocampo para a presidência do Banco Central. Suas duas tarefas seriam trocar a moeda local, o peso, pelo dólar e, em seguida, conduzir a extinção do próprio Banco Central – uma das propostas mais polêmicas de Milei.

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O Valor lembra que, há algumas semanas, Ocampo afirmou que “a dolarização não vai resolver magicamente os problemas da Argentina. Mas é irreversível e vai tirar dos políticos a capacidade de destruir a moeda”. Apesar do ceticismo de economistas locais e do exterior, Ocampo já declarou que seu plano tem “70% de chance” de salvar o país, e que as propostas concorrentes têm apenas “30% de chance” de sucesso.

O jornal recorda, ainda, que, no livro “Dolarização: Uma Solução para a Argentina”, escrito em parceria com Nicolás Cachanosky, Ocampo sustenta que parte da resistência à ideia é apenas nacionalismo ultrapassado. “Se a moeda é um símbolo de soberania, então não temos soberania”, sublinhou na obra.

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Eleição argentina: Dolarização já é realidade, diz Ocampo

Durante a campanha de Milei, o economista e sua equipe declararam algumas vezes que a dolarização do país já é uma realidade e só não vê quem não quer. Segundo suas contas, os argentinos guardam US$ 175 bilhões em moeda física, além de US$ 44 bilhões em contas no exterior, e US$ 19,5 bilhões em depósitos em dólar em bancos locais.

Assim, somente trabalhadores assalariados e os mais pobres seriam penalizados na atual situação, já que não têm acesso a dólares, segundo Ocampo.

Quanto à extinção do Banco Central da Argentina, o Valor acrescenta que o braço-direito de Milei tem dito que, na prática, ele já é inócuo, pois não conta mais com instrumentos, nem condições de conduzir uma política monetária efetiva, influenciar o mercado de crédito e o mercado de capitais local.

Em contrapartida, Ocampo e sua equipe argumentam que o Federal Reserve, o poderoso banco central dos Estados Unidos, exerce uma indiscutível influência global e pode favorecer, em determinados períodos, o fluxo de dólares para a Argentina.

Outra função importante de um banco central é socorrer instituições financeiras em apuros. Neste sentido, o assessor de Milei defende a adoção de diversos mecanismos alternativos adotados por países que também dolarizaram a economia, como o Equador, Panamá e El Salvador.