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Eleição americana: onde investir caso dê Biden, Trump ou uma guerra na Justiça

01 nov 2020, 17:24 - atualizado em 01 nov 2020, 17:24
Donald Trump e Joe Biden no último debate das eleições 2020
Desvantagem: Trump tem 20% de chances de vencer eleição, segundo BB Investimentos (Imagem: YouTube/ Reprodução/ Sky News)

Na próxima terça-feira (3), a corrida presidencial nos Estados Unidos chegará ao seu clímax – o dia da votação e o início da apuração dos votos. Os analistas e os investidores começam a traçar suas estratégias para os três cenários possíveis: a vitória do democrata Joe Biden, a reeleição do republicano Donald Trump, ou uma guerra na Justiça, o cenário mais temido por todos.

Mesmo que a eleição seja na América do Norte, os investidores brasileiros não ficarão imunes a seu impacto. Por isso, o BB Investimentos divulgou um relatório com os cinco cenários possíveis, e a estratégia financeira mais apropriada para cada um.

Henrique Thomaz, Richardi Ferreira e Mirela Rampini, que assinam a análise, avaliaram o que fazer nos casos de vitória de cada candidato, com ou seu a maioria no Congresso, e numa eventual judicialização do pleito.

A gestora do Banco do Brasil estimou a probabilidade de ocorrência de cada cenário, com base nas pesquisas de intenção de votos e nas análises de especialistas nas eleições americanas.

Veja, a seguir, onde investir em cada situação, segundo o BB Investimentos.

Cenário 1 (Biden vence e ainda conquista a maioria no Congresso)

Probabilidade: 55%

Este é o cenário mais provável, segundo o BB Investimentos. Neste caso, a instituição recomenda que se invista em ações de empresas com boas políticas de ESG (a sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa).

Fantasma: Biden tira o sono de empresas sem boas práticas de ESG  (Imagem: Twitter/ Joe Biden)

Isto, porque Biden já emitiu diversos sinais de que investirá na chamada economia verde e aumentará a pressão para que as companhias reduzam a emissão de poluentes e a agressão ambiental.

Cenário 2: Biden vence, mas controle do Congresso fica dividido

Probabilidade: 25%

Este é o segundo cenário mais provável, de acordo com os analistas. Nele, Biden controlaria a Câmara, mas os republicanos teriam a maioria no Senado. Ficará mais difícil para o democrata seu prometido aumento de impostos, o que comprometeria o alcance das políticas de incentivo à economia. Ainda assim, o BB Investimentos mantém a sugestão para investir em empresas boas de ESG.

Cenário 3: Trump vence, mas controle do Congresso fica dividido

Probabilidade: 15%

Basicamente, é o cenário em que o republicano governou durante todo seu mandato. Os democratas manteriam sua maioria na Câmara, mas os republicanos ficariam com o controle do Senado.

Trump é visto como mais “pró-mercado”. As ações com maior potencial de alta seriam as do setor financeiro, de óleo e gás, tecnologia e aviação. O BB Investimentos alerta que, em um segundo mandato, o republicano poderia endurecer a guerra comercial com a China, o que traria bastante volatilidade para o mercado em meados do ano que vem.

Pró-mercado: para o BB Investimentos, vitória de Trump melhoraria ambiente de negócios (Imagem: Twitter/ Donald Trump)

Cenário 4: Trump vence e controla o Congresso

Probabilidade: 5%

Seria o cenário ideal para Trump implantar plenamente sua política de redução de impostos e desregulamentação da economia. Novamente, os papéis de companhias de óleo e gás e do setor financeiro seriam os destaques. O BB Investimentos observa, porém, haveria uma tendência a aprofundar o déficit fiscal, elevar a inflação e a taxa de juros.

Cenário 5: Resultado das eleições é contestado na Justiça

Probabilidade: 10%

O pior cenário para os investidores seria que um dos candidatos não aceitasse o resultado e transformasse a eleição numa guerra judicial. A incerteza sobre o próximo presidente americano seria traduzida, no Brasil, como alta do dólar, alta dos juros e queda generalizada das ações.

Se isso acontecer, o BB Investimentos aconselha que o investidor compre ativos atrelados ao dólar, como fundos cambiais ou ações de empresas exportadoras. A gestora também indica títulos públicos e privados pós-fixados, com o objetivo de ganhar com a possível alta dos juros.

Para os mais hábeis ou destemidos, outra sugestão são os derivativos, montando posições vendidas na Bolsa. ETFs e futuros de Bolsa completam as alternativas.