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EIP-1559: confira como se dá a “queima” de ethers, resultante da atualização London

05 ago 2021, 11:56 - atualizado em 05 ago 2021, 11:56
ethereum
Entenda quais são as consequências práticas da atualização London, que visa estabilizar alguns aspectos financeiros para usuários da Ethereum (Imagem: Unsplash/executium)

London, a bifurcação drástica (ou “hard fork”) da Ethereum, foi ao ar nesta quinta-feira (5) e seus efeitos já são visíveis. A atualização da rede incluiu uma melhoria específica chamada EIP-1559, criada para simplificar a forma como as taxas de transação são pagas pelos usuários.

Porém, parte do novo mecanismo envolve a “queima” de uma porção de taxas de transação — sua remoção do fornecimento de moeda sem circulação.

Embora novos ethers (ETH) estejam sendo emitidos a cada bloco, essa redução na oferta vai na direção contrária e reduz a taxa de inflação da rede.

Até agora, mais de 500 ETH já foram queimados, de acordo com o rastreador de queimas do explorador de blocos Etherchain.

Como uma criptomoeda é queimada?

Embora “queima” seja um termo muito dramático, significa a remoção da moeda em circulação.

Para queimar uma criptomoeda, você a envia a um endereço ao qual ninguém possui acesso.

A menos que alguém adivinhe quais são as palavras-chave de acesso à chave privada (o que é extremamente improvável), ninguém poderá gastar essas moedas. Isso acontece com BNB, o token nativo do ecossistema Binance.

Porém, no caso da Ethereum, os tokens realmente não destruídos pelo protocolo, ou seja, não existem mais na rede.

De acordo com Luit Hollander, desenvolvedor da carteira MyCrypto, isso acontece quando os ethers, da pessoa que realiza a transação (e paga pela taxa-base), são removidos, e não repassados ao minerador, como sempre foi.

Como consequência, ninguém consegue mais redirecionar esses tokens para mineradores da rede.

Essa queima vai acontecer para sempre?

Até agora, a rede está queimando ETH a uma taxa bem alta. Porém, esse processo não vai continuar dessa forma.

A atualização permite que a rede se adapte a momentos de alta demanda. Então, quando houver mais transações, haverá uma taxa-base mais alta — a parte que é queimada — e mais ethers são queimados. Porém, quando a rede “se acalmar”, menos ethers serão queimados.

Agora, a rede está processando todas as transações no backlog (“registro pendente”), um limbo pré-blockchain também chamado de “mempool”. Quando essas transações forem processadas, haverá uma demanda bem menor, fazendo com que a taxa-base também caia.

“Não espere que a atual taxa de queima dure para sempre”, afirmou o pseudônimo pesquisador de segurança Hasu. “Quando o mempool estiver completamente vazio — o que deverá acontecer a alguns momentos —, o bloco terá um tamanho menor e a taxa-base cairá novamente”.

Queimando mais e criando menos?

Embora a EIP-1559 não tenha sido criada para tornar a Ethereum mais deflacionária — a rede iria queimar mais fornecimento do que está sendo emitido —, isso acabou acontecendo.

Segundo Eric Conner, cofundador do EthHub, o bloco de número 12.965.263 continha mais ethers queimados do que emitidos.

Nesse caso, houve 2.078 ethers queimados em taxas-base enquanto a quantidade de novos ethers recompensada a mineradores por seu trabalho foi de apenas 2 ETH. Conner descreveu essa situação como “o primeiro bloco deflacionário da História”.

Considerando sua ativação às 9h33 (horário de Brasília), o preço do ether está começando a reagir à novidade: está próximo dos US$ 2,8 mil.

(Imagem: TradingView)

EscolaCripto: a importância da rede Ethereum

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