Eike Batista, a Geni do mercado financeiro
Gustavo Kahil é editor do Money Times. Texto publicado originalmente em Storia Brasil
O brasileiro adora ver a derrota de alguém que esteve no topo. Não tem jeito. Somos assim. Nos Estados Unidos, ao contrário, a sociedade por lá valoriza quem faliu e se levantou. É diferente. Tipo fazer piada com o Rubinho na Fórmula 1, apesar de ele ter sido um dos melhores pilotos da história. Esse nariz de cera todo é para falar de Eike Batista, a Geni do mercado financeiro.
O ex-bilionário, que chegou ao top 5 do mundo na Forbes, foi preso nesta semana. Não demorou 1 segundo para que todo o tipo de especialista em mercado financeiro aparecesse para criticá-lo. Ou seja, são esses mesmos “especialistas” que acreditaram em Eike e investiram suas economias nas empresas dele. Como sabemos, todo mundo se deu muito mal nessa. Foram bilhões e bilhões de dólares em riqueza destruída na Bolsa e nos bolsos.
Mas precisamos lembrar de uma coisa: as empresas dele eram pré-operacionais. E todo mundo sabia disso. Sabe-se no mercado que ações de petroleiras que ainda não jorram petróleo valem apenas CENTAVOS! Ou seja, foram os acionistas e investidores que inflaram o preço das ações com a expectativa de algo que simplesmente poderia não estar lá. E não estava. As ações viraram nada, como pedras na praia, que agora são jogadas na careca de Eike.
Claro, não podemos esquecer que ele cometeu várias fraudes e mentiu sobre reservas que não tinha. Ainda assim, todos nós compramos a ideia. Ninguém na história valorizou tanto reservas de petróleo não comprovadas e sem o ouro negro de fato. TODOS ERRAMOS. Não foi exclusivo da Empiricus, Lula, Veja, Credit Suisse, Bradesco, Itaú ou o Governo Federal. Acreditamos num sonho, do brasileiro de sucesso, do Brasil decolando em um foguete…
Agora a gente sabe. Teria sido muito melhor se o Eike tivesse ficado em casa assistindo “A Febre do Ouro” na Discovery ou fazendo um curso superior à distância, o que agora sabemos que lhe cairia muito bem.