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Eficácia da vacina para jovens diminui com a ômicron

02 mar 2022, 20:56 - atualizado em 02 mar 2022, 20:56
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Depois que a ômicron se tornou a cepa dominante nos EUA, a eficácia em crianças de 5 a 11 anos foi estimada em 74% (Imagem: Fernando Brito/MS)

Vacinas contra a Covid-19 protegeram crianças e adolescentes de doenças graves, mesmo após o surgimento da variante ômicron, de acordo com relatórios do governo dos EUA.

Depois de a ômicron se tornar dominante nos EUA no final do ano passado, a proteção contra infecções diminuiu em crianças de 5 a 17 anos que foram vacinadas, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA divulgados terça-feira.

No entanto, crianças e adolescentes vacinados ainda eram menos propensos a serem infectados do que os não vacinados, disse a agência em seu Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade.

As descobertas podem aumentar a confiança nas medidas para relaxar restrições sociais enquanto as infecções caem nos EUA.

Na semana passada, o CDC divulgou recomendações de que escolas em áreas de risco baixo ou moderado podem abandonar a obrigatoriedade do uso de máscara em lugares fechados. É a primeira atualização de suas orientações sobre o assunto desde julho.

Em um estudo que analisou mais de 39.000 atendimentos de emergência relacionados à Covid em vários estados, a eficácia da vacina contra a hospitalização foi de até 94% em adolescentes de 12 a 17 anos durante a onda delta do verão passado.

Depois que a ômicron se tornou a cepa dominante nos EUA, a eficácia em crianças de 5 a 11 anos foi estimada em 74%.

Os pesquisadores também observaram que 5 meses após uma segunda dose, a eficácia foi significativamente menor, chegando a 38%. No entanto, entre os 16 a 17 anos, uma terceira dose restaurou a eficácia para 86%.

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Análise separada

Após as duas doses recomendadas, a eficácia para crianças de 5 a 11 anos foi de 46%, significativamente menor do que para adolescentes.

Os pesquisadores atribuíram a diferença ao domínio da variante ômicron altamente transmissível durante a coleta de dados.

Em uma análise separada de dados publicadas no rastreador de dados da Covid do CDC, crianças e adolescentes não vacinados de 5 a 17 anos tinham maior probabilidade de morrer de Covid do que aqueles que rceberam as vacinas.

De abril ao início de janeiro, foram nove óbitos entre os imunizados na faixa etária, ante 121 óbitos entre os não vacinados.

Outro estudo revelou que 91% dos efeitos colaterais das doses de reforço em crianças de 12 a 17 anos não eram graves.

Um sistema de monitoramento de segurança do governo encontrou 64 relatos de miocardite entre adolescentes que receberam doses de reforço. A forma rara de inflamação cardíaca foi associada às vacinas de mRNA Covid-19, com 32 casos confirmados no momento em que o relatório foi publicado.

Embora as crianças geralmente não fiquem tão doentes quanto os adultos de Covid, a liberação de uma vacina para crianças em idade escolar foi um marco importante na pandemia.

Isso proporcionou tranquilidade para muitos pais preocupados, permitindo que as crianças retomassem as atividades que estavam suspensas desde que o vírus começou a se espalhar nos EUA.

Ainda assim, muitos pais demoraram a vacinar seus filhos desde que a vacina foi recomendada em novembro. A vacinação contra a Covid entre crianças de 5 a 11 anos caiu para seus níveis mais baixos desde que as doses foram liberadas, de acordo com dados recentes do CDC.