Internacional

Efeitos da guerra comercial? Recessão em 2020, diz JP Morgan e Morgan Stanley

03 jun 2019, 8:19 - atualizado em 03 jun 2019, 12:51
Maior economia do mundo deverá entrar em estado recessivo em ano de eleição

Diante das tensões comerciais existentes entre as duas maiores economias do mundo, tanto Morgan Stanley quanto JP Morgan agora preveem recessão nos próximos doze meses nos EUA.

Em atualização de modelo de probabilidade de recessão, o JP Morgan agora projeta 60% de chance de ocorrer variação negativa do PIB dos EUA em dois trimestres consecutivos, maior expectativa desde a crise financeira global de 2008.

Por sua vez, Chetan Ahya – economista-chefe e head global do departamento econômico do Morgan Stanley – acredita que se Trump impuser 25% de tarifas sobre os US$ 300 bilhões restantes de importações da China, “o ciclo global de crescimento estará em risco”, o que “poderá culminar em recessão em três trimestres”.

Recessão em 2020

Ahya pondera a relação entre notícias e consequências para os mercados. “Quando notícias ruins aparecem, primeiro reagimos em choque, depois nos preocupamos com os infindáveis resultados possíveis e com o tempo e os passos necessários para uma resolução completa (e se chegaremos lá)”, afirma o economista-chefe.

“Contudo, contratempos progressivos causam menos ansiedade, mesmo que os fatos sejam mais preocupantes do que antes. Isso é verdade para a mais recente escalada das tensões comerciais, que começou no início de maio”, completou o Morgan Stanley.

Para dar suporte a expectativa de possível recessão no decorrer de 2020, o banco apresenta três argumentos principais: (i) os canais de transmissão são difundidos; (ii) não-linearidade dos impactos e; (iii) reatividade de qualquer movimento de flexibilização monetária.

Efeito dominó

Em relação ao primeiro ponto, de mecanismos de transmissão, o Morgan Stanley acredita em cinco maneiras de contaminação: (i) tarifas elevarão os custos, reduzindo a lucratividade das empresas e tornando os produtos mais caros para os consumidores; (ii) as tarifas terão impacto nas cadeias locais e globais de logística, afetando o fluxo do comércio internacional; (iii) no médio prazo, as empresas multinacionais terão custos adicionais por desenvolverem cadeias alternativas de logística; (iv) confiança dos empresários será afetada, com redução do capex (plano de investimentos) pelas empresas e decorrências negativas para a demanda agregada global; (v) menor expectativa de lucro das empresas nas operações internacionais.

“As tensões comerciais ressurgiram em um momento crítico no ciclo global. A confiança das empresas está fraca. O resultado das negociações comerciais será fundamental para o crescimento global”, conclui o Morgan Stanley.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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