Efeito Trump: Veja as ações brasileiras que ganham com vitória do republicano
Donald Trump está de volta à Casa Branca. O candidato republicano é agora o 47º presidente dos Estados Unidos. Com isso, os mercados já começaram a sentir os efeitos dessa vitória logo na abertura do mercado desta quarta-feira (6).
Antes mesmo da confirmação da vitória, o dólar já registrava uma valorização diante dos mercados asiáticos e europeus. O movimento já era esperado pelos mercados, que estava chamando essa volatilidade de efeito “Trump Trade”.
De acordo com um relatório recentemente divulgado pelo JP Morgan aos seus clientes, os analistas projetavam que com a vitória dos republicanos, isso representaria um risco para as moedas latinas.
- GIRO DO MERCADO ESPECIAL: Acompanhe a decisão do Copom ao vivo a partir das 18:30 e saiba como a nova Selic vai mexer com seu bolso:
Na avaliação do banco, esse movimento é impactado pelas promessas feitas por Trump em sua campanha. O candidato reforçou durantes os comícios e aparições a sua intenção em aumentar tarifas comerciais de importação para os países com os quais têm relações.
Apesar disso, o JP Morgan mostra que esse impacto negativo pode ser temporário, assim como aconteceu nas eleições de 2016. Após três meses, as moedas que mostraram uma certa fraqueza às eleições se recuperaram.
Olhando para a bolsa de valores e as empresas brasileiras, a XP Investimentos acredita que, apesar do processo eleitoral por si só não impactar necessariamente a bolsa, a vitória de Trump pode beneficiar alguns setores do mercado brasileiro, como o agronegócio. Durante seu último mandato, a demanda chinesa por commodities se deslocou dos EUA para o Brasil, beneficiando a exportação de soja e milho.
A guerra comercial com a China pode retornar com força total, já que o candidato republicano propõe aplicar uma tarifa de 60% sobre todas as importações chinesas. Os analistas alertam para um possível impacto sobre os produtores de aço e mineradores.
“Como os EUA são um importador chave de ferro e aço, e a China provavelmente não ajustará sua oferta em resposta, essa situação poderia levar a um desequilíbrio entre oferta e demanda, impactando os preços do aço”, dizem.
Entre as empresas citadas pela XP estão SLC Agrícola (SLCE3), BrasilAgro (AGRO3), Rumo (RAIL3), Gerdau (GGBR4), Aura Minerals (AURA33) e Braskem (BRKM5).
Ainda com esses fatores no radar, um dólar forte, uma possível alta na inflação americana e consequentemente um o aumento da taxa de juros dos EUA, isso significa que os setores defensivos dos países se sairão melhor e que as empresas multinacionais com exposição aos mercados dos EUA poderão sofrer um “golpe”.
Os analistas do Bradesco BBI observam também que empresas brasileiras como a Petrobras (PETR4) poderá observar um crescimento nas exportações para os EUA, caso Trump decida manter o estímulo fiscal para o setor energético.
Enquanto isso, o JP Morgan destaca, além destas, a JBS (JBS3), que pode se beneficiar pelo fortalecimento das exportações de carne e o Itaú Unibanco (ITUB4), que poderá ter um impacto positivo com um aumento de consumo e de crédito, embora a incerteza econômica possa afetar.
*Com Gustavo R. Silva e informações da Reuters