Efeito Trump: Tesla lidera disparada de mercado com crescimento equivalente a 3,5 vezes a Petrobras
Desde a eleição de Donald Trump, confirmada em 5 de novembro de 2024, o mercado financeiro americano tem sido palco de uma reviravolta impressionante.
Entre as protagonistas desse cenário está a Tesla, cujo valor de mercado disparou de US$ 779 bilhões na véspera da eleição para US$ 1,08 trilhão no fechamento de 18 de novembro. Esse salto de US$ 307,8 bilhões equivale a 3,53 vezes o valor da maior empresa brasileira listada na B3, a Petrobras (PETR4), que no mesmo dia valia US$ 87,1 bilhões.
Para ilustrar a magnitude desse crescimento, é como se a Tesla tivesse multiplicado em poucas semanas o tamanho de uma gigante que simboliza o mercado brasileiro. E a Tesla não está sozinha. A Nvidia e a Apple também registraram avanços impressionantes em valor de mercado, com crescimento, das três empresas, equivalente a 5,7 vezes o valor da Petrobras no período.
Efeito Trump nas empresas americanas
Enquanto Tesla, Nvidia e Apple dominam os holofotes, outras gigantes americanas também protagonizam números que deixam claras as disparidades entre o mercado dos Estados Unidos e o brasileiro. Alphabet e JP Morgan, por exemplo, cresceram em valor de mercado mais do que o Nubank (NU;ROXO34), a segunda maior empresa brasileira por valor de mercado, que atualmente vale US$ 67 bilhões.
Já Berkshire Hathaway e Amazon viram seus valores de mercado crescerem mais do que o Itaú Unibanco (ITUB4), a terceira maior companhia brasileira por capitalização. E a Microsoft, Visa e Applovin registraram avanços que superam o valor de mercado da Vale (VALE3), que ocupa o quarto lugar no ranking brasileiro.
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O conjunto das dez empresas americanas com os maiores crescimentos de valor de mercado após a eleição de Trump acumulou uma impressionante soma de US$ 921 bilhões. Para se ter uma ideia, isso equivale a 1,21 vezes o valor de mercado de todas as empresas listadas na B3.
O que explica essa disparada? De um lado, as perspectivas de desregulamentação prometidas por Trump alimentaram o otimismo em setores como tecnologia e finanças. Por outro, o mercado americano, já naturalmente robusto, parece estar reagindo ao cenário político com um entusiasmo que ultrapassa barreiras geográficas e setoriais.
Lições para o Brasil
Para o mercado brasileiro, os números são um lembrete de que a capitalização das empresas nacionais ainda está distante de acompanhar a escala das gigantes globais. Empresas como Petrobras, Vale e Itaú representam a espinha dorsal do mercado acionário brasileiro, mas, mesmo assim, não conseguem rivalizar com os movimentos bilionários das empresas americanas.
A disparada de Tesla e companhia não é apenas um fenômeno econômico; é também um reflexo das dinâmicas globais que definem o mercado financeiro atual. Em tempos de transformações políticas e tecnológicas, as diferenças entre os mercados emergentes e as potências globais ficam ainda mais evidentes. E, como mostram os números, essas diferenças vão muito além de uma simples questão de tamanho.
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