Mercados

Efeito Shein: Ações da Coteminas (CTNM3; CTNM4) disparam pelo 2º dia consecutivo

25 abr 2023, 16:29 - atualizado em 25 abr 2023, 16:41
Coteminas Shein
Ações da Coteminas disparam pelo 2º dia com efeito Shein (Imagem: Reprodução/ Coteminas)

As ações da Coteminas operam em forte alta pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira (25), em reação à parceria com a Shein. Por volta das 15h35, os papéis ordinários da companhia (CTNM3) saltavam 31,97%, a R$ 15,85, enquanto os preferenciais (CTNM4), subiam 22,34%, a R$ 4,38.

Na segunda-feira (24), as ações da nova parceira da varejista chinesa já haviam disparado quase 200% — alta de 199,5% para CTNM3 e 195,87% para CTNM4. Antes do acordo com a varejista chinesa, na quinta-feira (20) as ações ordinárias valiam R$ 4,01 e as preferenciais R$ 1,21.

Com a valorização, o valor de mercado da Coteminas foi de R$ 76,03 milhões para R$ 226,96 milhões, segundo levantamento do TradeMap.

O acordo, firmado na semana passada, estabelece financiamento para reforço de capital de trabalho da Coteminas e da Companhia de Tecidos Santanense, além de contratos de exportação de produtos para o lar. 2 mil clientes confeccionistas da empresa serão fornecedores da Shein.

A parceria surgiu após a varejista anunciar que pretende investir R$ 750 milhões no Brasil nos próximos anos para estabelecer uma rede com milhares de fabricantes do setor têxtil.

A Shein vai prosperar no Brasil?

Com a promessa da Shein de entrar em território brasileiro, as empresas nacionais ganham uma “concorrente de peso”, diz o analista da Ativa Investimentos, Pedro Serra. No entanto, ele lembra que a operação no Brasil coloca a varejista “de igual para igual” com as demais brasileiras.

“Ao montar operação no Brasil, a Shein vai ter que, invariavelmente, jogar as regras daqui”, reitera.

Serra lembra do caso da marca de fast fashion Forever 21, que realizou o mesmo movimento e “não aguentou”. A marca sofreu com impostos altos, custos de importação e infraestrutura, além da concorrência de marcas chinesas online.

De acordo com o analista, o sucesso da Shein no Brasil depende da estrutura do negócio. “Se o foco continuar no online, a chance de navegar é maior. Mas, para ter uma operação do tamanho da Renner, por exemplo, é mais difícil. As varejistas daqui já sabem jogar esse jogo”, afirma Serra.

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