Economia

Efeito pandêmico fará economia latina recuar 5,2% este ano, diz FMI

14 abr 2020, 13:55 - atualizado em 14 abr 2020, 13:55
FMI
Segundo o FMI, o México será o país mais afetado com queda 6,6%  do PIB (Imagem: REUTERS/Yuri Gripas)

A economia da América Latina recuará 5,2% este ano, particularmente sobrecarregada pelo colapso dos preços das matérias-primas que a sustentam, em meio à crise global decorrente de restrições para conter a pandemia de coronavírus, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira.

Há apenas dois meses e meio, o Fundo, com sede em Washington, indicou que esperava um crescimento de 1,6% para a região, que já mostrava evidências de atividade lenta.

Desta vez, em seu relatório Perspectiva Econômica Mundial de abril, o órgão fez sua primeira e desoladora avaliação do desempenho econômico após o início das quarentenas e fechamentos de negócios em todo o mundo como resultado do Covid-19. Globalmente, o Fundo prevê uma contração de 3% para 2020.

O México, cujo PIB cairá 6,6% –ante cálculo anterior de crescimento de 1% do FMI– aparece como um dos países mais afetados entre as grandes economias latino-americanas, impactado pelo colapso dos preços do petróleo e pelas consequências da recessão esperada em seu principal parceiro comercial, os Estados Unidos.

Enquanto isso, o Brasil apresentará uma queda de 5,3% em sua produção este ano, depois de ter crescido 1,1% em 2019, disse a entidade.

“As economias emergentes e em desenvolvimento enfrentarão impactos mais graves se suas condições financeiras apertadas persistirem ou se os efeitos prejudiciais do fechamento de negócios e do desemprego generalizado continuarem”, disse Gita Gopinath, consultora econômica do fundo.

A entidade sustentou, no entanto, que a prioridade das autoridades deve se concentrar na contenção da doença, com ações destinadas a mitigar as dificuldades econômicas das populações.