Educação financeira no dia a dia das crianças; veja 9 dicas
A relação que as pessoas tem com o dinheiro no Brasil hoje é resultado da falta de educação financeira fornecida a elas. Mudar essa realidade para que novas gerações venham mais preparadas é, grande parte, função dos pais.
A pesquisa realizada pelo SPC Brasil aponta que 46% dos brasileiros sequer controlam seu
orçamento por falta de disciplina. Introduzir o assunto às crianças de forma leve e divertida pode ajudar essa nova geração a não repetir os erros lá na frente.
O especialista em finanças e comportamento do Sistema Ailos, Diogo Angioleti, afirma que introduzir a educação financeira logo na infância vai auxiliar os filhos a entender o valor do dinheiro, a importância das tomadas de decisões e dar maior senso de responsabilidade e independência para eles. “A educação financeira é um dos pilares para uma vida adulta saudável e próspera”, lembra.
Por onde começar a educar as crianças?
A importância da inicialização da criança neste universo, muitas vezes, é até reconhecida, mas a parte difícil fica a cargo do “como” começar.
O primeiro ponto que Angioleti levanta é sobre o momento que isso deve acontecer, que para ele, é o quanto antes. “As crianças são como esponjas e absorvem informações com muita facilidade”, aponta.
O especialista elencou quais os períodos e os tópicos ele acredita ser o ideal para cada fase da infância.
- 3 aos 6 anos, as crianças podem aprender sobre a origem, o uso e a escolha do dinheiro;
- dos 7 aos 10 anos, elas podem aprender sobre o valor, a poupança e o orçamento do dinheiro;
- dos 11 aos 14 anos, elas podem aprender sobre o investimento, o crédito e o consumo consciente do dinheiro
Uma forma prática de fazer as crianças entenderem as relações econômicas é, de fato, introduzindo elas ao momento do uso do dinheiro. Portanto, leva-las ao supermercado, à padaria e, principalmente, aos lugares que elas mais são tomadas pela emoção como as lojas de brinquedo.
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“Muitas vezes, os pais têm receio de falar sobre dinheiro com os filhos, por acharem que isso pode estragar a infância das crianças ou incentivá-las ao materialismo. No entanto, isso é um equívoco, já que falar sobre dinheiro com as crianças não significa tirar a sua inocência ou estimular a sua ganância, mas sim prepará-las para uma vida mais saudável e equilibrada”, diz Angioleti.
Apesar de saber que a tarefa não é fácil e que cada caso é um caso, o especialista forneceu nove dicas para que a educação financeira comece a fazer parte do dia a dia da criança.
- Adapte-se à idade: use uma linguagem simples e adequada à faixa etária das suas crianças, respeitando o seu nível de compreensão e interesse.
- Seja lúdico: use recursos pedagógicos que tornem o aprendizado mais divertido e dinâmico, como jogos, brincadeiras, histórias, filmes, músicas e aplicativos.
- Dê o exemplo: mostre na prática como você lida com o seu dinheiro, compartilhando as suas experiências, dificuldades e conquistas financeiras com as suas crianças.
- Envolva-as nas decisões: permita que as suas crianças participem das decisões financeiras da família, dando-lhes voz e voto nas escolhas que envolvem o dinheiro.
- Estimule a poupança: incentive as suas crianças a poupar parte do seu dinheiro para realizar os seus sonhos, seja com uma mesada, uma semanada ou um cofrinho.
- Promova o consumo consciente: ensine as suas crianças a consumir de forma inteligente e sustentável, evitando o desperdício, o endividamento e o impacto ambiental.
- Nem tudo é dinheiro: Ensine as crianças a valorizarem experiências e pessoas, a terem o dinheiro como forma inteligente de adquirir bens e realizar sonhos, que são recursos finitos e que precisam de escolhas
- Permita a frustração – Criança precisam entender que não se pode ter tudo, se elas não cumprem um objetivo precisam saber que devem recomeçar com apoio dos pais, uma das maiores dificuldades é encontrar o equilíbrio entre proteger as crianças das preocupações financeiras dos adultos e ensiná-las sobre dinheiro. É importante abordar o tema de forma positiva, sem criar ansiedade. Além disso, alguns pais podem se sentir inseguros sobre suas próprias habilidades financeiras, o que pode dificultar a transmissão adequada desse conhecimento.
- Aprender com os erros: Permita que cometam pequenos erros financeiros enquanto são jovens e use essas situações como oportunidades de aprendizado.