Educação: Camilo Santana deve encontrar desafios com a retomada de financiamento no Fies e Prouni; entenda
O novo ministro da Educação, Camilo Santana encontrará em 2023 desafios que podem impactar o setor na Bolsa de Valores. Entre eles, o principal são os financiamentos de programas estudantis de ensino superior.
Essa é a avaliação da Terra Investimentos. Os analistas Régis Chinchila e Luis Novaes lembram que o setor se valorizou após a campanha eleitoral do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, Lula evidenciou que iria revitalizar em seu governo os programas de Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade Para Todos (Prouni).
O Prouni vai voltar com força, o FIES vai voltar com força, e as universidades vão ter força. Porque nenhum país se desenvolve sem antes investir na educação.
— Lula (@LulaOficial) September 17, 2022
“Contudo, não levou muito tempo para que as empresas devolvessem os ganhos no mercado. Isso ocorreu em razão das preocupações sobre a estabilidade fiscal do país”, explicam.
Os analistas dizem que os riscos fiscais se tornaram mais relevantes do que a possível retomada dos programas educacionais. Isso porque, o presidente Lula não detalhou como seria a retomada de investimentos no Fies e no Prouni.
“As medidas que o governo indicou que tomaria para assegurar os recursos do Bolsa Família nos próximos anos, como a proposta inicial da PEC da Transição, tornou a perspectiva sobre estabilidade fiscal incerta”.
Educação: Quais as saídas?
Chinchila e Novaes destacam que Camilo Santana poderá agir para que mais recursos sejam encaminhados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Os analistas lembram que o FNDE é o responsável pelo financiamento da educação no Brasil, de modo geral, mas também dos programas como o FIES e Prouni.
De acordo com a Terra, isso decerto não será fácil, tendo em vista dois pontos. São eles:
- outras áreas de investimento podem ser priorizadas nos próximos anos, como os programas sociais e infraestrutura, considerando a importância para a agenda do governo ou pela necessidade de investimentos;
- incerteza sobre como estará a capacidade de investimento do governo.
No entanto, o time de análise ressalta que o setor de educação é considerado importante. Porém, o governo pode priorizar os gastos em ensino básico no primeiro momento, como foi abordado na campanha eleitoral.
“Assim, sem o investimento em programas de ensino superior, o impacto nas empresas listadas do setor deve ser mínimo. Portanto, cabe ao ministro fazer com que o governo direcione mais recursos para a educação de ensino superior, já que assim os resultados das empresas se beneficiariam”.
Setor de educação e a taxa de juros
O que deve apoiar a recuperação das empresas do setor de educação é a queda dos juros, segundo a Terra.
A corretora destaca que a demanda por ensino superior cai consideravelmente com o aumento da taxa básica de juros, pois os indivíduos se tornam mais endividados e optam por gastos mais essenciais.
Para a Terra, a diminuição da Selic deve acontecer apenas ao fim do ano que vem, assumindo que o governo tenha uma postura responsável fiscalmente.
“Caso não tenha, os juros vão continuar pressionando o setor e as empresas continuarão tendo um desempenho ruim financeiro, o que será refletido na bolsa”.