Política

Eduardo Leite renuncia ao governo do RS e permanece no PSDB

28 mar 2022, 15:42 - atualizado em 28 mar 2022, 16:45
Na entrevista, Leite indicou essas possibilidades. Ao responder sobre a fala de Doria de que não respeitar as prévias seria “um golpe”, disse que respeita as prévias, mas a questão central não são as prévias ou projetos pessoais (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou nesta segunda-feira que deixará o cargo sem definir qual será seu futuro político, mas afirmou que permanecerá no PSDB.

“Atendo o que a legislação eleitoral exige, irei renunciar para poder atuar nessa eleição que é decisiva, crítica para o país, ajudando a dar toda colaboração”, disse Leite em uma coletiva no Palácio do Piratini, chamada para anunciar sua decisão.

Leite perdeu as prévias do PSDB para o governador de São Paulo, João Doria. Depois disso, o gaúcho foi convidado por Gilberto Kassab, presidente do PSD, para deixar o PSDB e ser candidato a presidente, o que chegou a considerar.

Um movimento interno no PSDB, no entanto, somado a uma preocupação com como ficaria sua imagem, depois de ter prometido não sair do partido caso perdesse as prévias, o fez mudar de ideia.

Dentro do PSDB existe a promessa de que Leite pode ainda vir a ser candidato, a presidente ou a vice. O acordo viria de uma composição com outros partidos da chamada terceira via, no caso de Doria, hoje com cerca de 2% de intenção de voto nas pesquisas e a segunda maior rejeição, depois de Jair Bolsonaro, não confirmar por alguma razão sua candidatura.

Na entrevista, Leite indicou essas possibilidades. Ao responder sobre a fala de Doria de que não respeitar as prévias seria “um golpe”, disse que respeita as prévias, mas a questão central não são as prévias ou projetos pessoais.

“Não é um projeto individual, mas muita gente acredita que eu deva estar na liderança”, disse, acrescentando que “outras forças políticas que não foram consultadas” no momento das prévias vão trabalhar para encontrar “um caminho comum”.

“Claro que eu desejo dar contribuição como presidente da República, mas não faço dessa aspiração pessoal um projeto que se sobreponha ao Brasil”, acrescentou.

Leite ressaltou que há conversas adiantadas entre União Brasil, MDB, PSDB, Cidadania e isso pode mudar as candidaturas.

“Há novos atores. As prévias não perdem legitimidade, mas não têm exclusividade no momento que outros atores são consultados. Aquela candidatura que melhor apresentar condições é legítimo que se fale em fazer gestões em direção a outras pessoas. Tem outras opções nesse grupo que está se formando”, defendeu Leite.