Opinião

Eduardo Laguna: Quando o estrangeiro chegar – fique preparado

21 fev 2019, 8:22 - atualizado em 21 fev 2019, 1:26

Por Eduardo Laguna, da Inversa Publicações

Caro leitor,

Acima das análises técnicas sobre os superciclos de valorização da Bolsa, do descolamento do Brasil frente a mercados emergentes, da correlação inversa entre juros em queda e renda variável em alta – ou mesmo da baixa alocação dos fundos em ações –, pouca coisa diz tanto, para mim, sobre o potencial de o Ibovespa renovar suas máximas quanto a, até aqui, ausência do capital internacional.

Como talvez você já tenha lido em algum lugar, os recordes registrados quase que diariamente pelo índice no início deste ano se deram sem a contribuição do investidor estrangeiro. Este ainda espera por sinais mais claros de que o novo governo vai enfrentar a crise fiscal.

Logo, a conclusão óbvia é que, quando os estrangeiros voltarem – o que depende, em grande parte, dos progressos da reforma da Previdência –, a Bolsa irá às alturas.

Em outras palavras, o que está bom pode ficar ainda melhor.  

Tudo certo. Só que poucos fazem cálculos objetivos sobre qual seria o impacto de uma eventual enxurrada de dólares no mercado de capitais.

Acredito que uma forma de fazer isso é olhar para o passado, em especial a como a Bolsa respondeu aos fluxos de capital estrangeiro nos ciclos de bull market.

Eu fiz esse cálculo (aliás, bem simples), e os resultados obtidos sugerem uma relação explosiva entre a Bolsa e os dólares que desembarcam no Brasil.

Meu foco foi o último bull market, cujo marco foi a eleição do ex-presidente Lula com um compromisso de responsabilidade na condução da política econômica.

Fiz um recorte de tempo: 2003 a 2007.

Pois bem, naquele período, entraram no país US$ 45,4 bilhões – já descontados as saídas de dólares – e o Ibovespa avançou nada menos do que 465%.

O que significa que, na média, o índice andou 1% a cada US$ 97,7 milhões que chegaram ao Brasil.

Minha base foram os dados das contas externas registradas pelo Banco Central (BC). Tirei de lá apenas os fluxos direcionados a investimentos em ações.

Se trouxermos o cálculo para a nossa situação atual, e se assumirmos, como dizem muitos economistas, que a Bolsa engatou um bull market, podemos prever que um fluxo de US$ 38 bilhões já seria suficiente para conduzir o Ibovespa aos estratosféricos 470 mil pontos.

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Talvez esse montante possa parecer improvável para você. Mas saiba que em dois anos – 2009 e 2010 – o fluxo de dólares em direção à Bolsa brasileira chegou muito perto disso: US$ 37,1 bilhões e US$ 37,7 bilhões, respectivamente.

E que em cinco anos (de 2013 a 2017) o volume de dólares na Bolsa passou de US$ 38 bilhões.

Não chega a ser, portanto, uma missão impossível a ideia de uma Bolsa próxima dos 500 mil pontos. Pense nisso.

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