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Eduardo Küpper: O melhor momento para investir em uma startup

04 out 2018, 11:13 - atualizado em 31 out 2018, 19:13

Por Eduardo Küpper,  e Co-fundador da Wharton Alumni Angels Brasil

Manter uma startup funcionando é para os fortes. Atualmente, milhares de empreendedores estão disputando financiamento para a sua operação em um mercado onde os investidores têm estabelecido padrões cada vez mais altos para fazer aportes. Neste cenário, para captar recursos é preciso mostrar que a empresa é sólida e terá êxito no futuro.

Outro ponto importante é o tamanho do investimento que a startup deve receber. Diversas pessoas acreditam que vão precisar de muito dinheiro para iniciar sua operação, o que não é necessariamente verdade. É necessário ter recursos suficientes para cada fase de desenvolvimento da empresa, o famoso stage financing. No início, basta provar que a ideia é viável e que há demanda e, para isso, geralmente não é preciso possuir rios de dinheiro.

No Brasil, boa parte do financiamento das startups vem de investidores em forma de participação (equity). É o que revela a pesquisa da Parallaxis Economia e Ciências de Dados. Segundo o levantamento, 57% das empresas afirmam já ter recebido aportes de capital. Metade do investimento está na faixa entre R$ 251 mil e R$ 1 milhão e apenas 4% levantaram valores acima disso. A origem dos recursos é dividida entre investidores-anjo e órgãos de fomento, além de fundos de investimento. O perfil dos empreendedores é composto por pós-graduados ou com MBA (38%), com idade entre 18 e 34 anos (62%) e que deixaram o emprego com carteira assinada (48%).

Para obter financiamento, principalmente para empreendedores que nunca lidaram com o mundo das finanças empresariais, é preciso ter determinação. O primeiro passo é identificar em que estágio está a empresa. A etapa inicial é a fase da ideia promissora. Para sair dela, que é de alto risco, é preciso detalhar e trabalhar o conceito de seu produto. A partir daí, será necessário desenhar um plano de negócios e testar no mercado o MVP (minimum viable product – protótipo preliminar da sua invenção), e ele precisa funcionar. Investidores que entram nesse estágio devem estar bastante confortáveis com as incertezas e riscos – se esse não for o seu caso, espere mais um pouco.

Em um segundo momento, a empresa vai a mercado e são feitos os testes com os primeiros clientes (usuários beta), o que ampliará a percepção sobre as necessidade do cliente potencial e possíveis funcionalidades do produto. Neste momento, os investidores já podem ter uma ideia melhor de onde estão investindo e a percepção de risco diminui, já que os indicadores-chave de desempenho estão mais claros e atrelados a um possível ROI (Retorno sobre investimento, em inglês). Para buscar recursos com segurança, estude o perfil dos investidores. Existem vários tipos, mas em geral se concentram entre anjos, fundos capital semente (seed), incubadoras e aceleradoras.

É importante ficar atento ao índice de mortalidade de startups, que é maior do que em outras atividades econômicas. Pesquisa da Startup Farm indica que 74% delas fecham após cinco anos e 18% antes mesmo de completarem dois anos. Para não correr esse risco, analise profundamente a sua ideia, tenha protótipo preliminar (MVP) e escreva um sólido plano de negócios, pois mesmo que na prática ele possa mudar completamente, você saberá antever dificuldades que terá de enfrentar. Por fim, prepare um discurso claro, curto e contundente para conquistar os futuros investidores.

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