Política

Eduardo Bolsonaro é alvo de dois processos de perda de mandato

26 nov 2019, 23:46 - atualizado em 26 nov 2019, 23:46
Eduardo Bolsonaro
Na mesma semana, após a repercussão da entrevista, Eduardo Bolsonaro se desculpou pela declaração e disse que foi mal interpretado (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Conselho de Ética da Câmara instaurou, nesta terça-feira (26), dois processos contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O primeiro reúne duas representações: uma da Rede e a outra assinada por Psol, PT e PCdoB. Os quatro partidos acusam Eduardo Bolsonaro de ter quebrado o decoro parlamentar e atentado contra a democracia ao sugerir, durante uma entrevista, a adoção de um novo AI-5 .

Na mesma semana, após a repercussão da entrevista, Eduardo Bolsonaro se desculpou pela declaração e disse que foi mal interpretado.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP) afirmou que é inadmissível que um deputado se manifeste em defesa do AI-5, que levou ao fechamento do Congresso Nacional em 1968.

“Acho que o deputado Eduardo Bolsonaro ameaça a democracia brasileira não é de hoje. Ele queria fechar o STF com um cabo e um soldado. Ele entende que qualquer manifestação pública, organização dos trabalhadores, defesa dos seus interesses, defesa das suas pautas são atentados à democracia. Ao contrário, ele é que atenta contra a democracia”, acusou.

PSL

Já o outro processo foi instaurado a partir de representação do próprio partido do deputado, o PSL, em razão das trocas de ofensas entre ele e a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), depois de ela ter perdido a liderança no Congresso.

Para Eduardo Bolsonaro, suas manifestações estão dentro do direito inviolável de os parlamentares se manifestarem.

“A minha defesa fica mais confortável em virtude do artigo 53 da Constituição, que garante a imunidade dos parlamentares por opiniões, palavras e votos. E, se aqui nós não pudermos falar, se não pudermos parlar no parlamento, então aí a gente não tem as liberdades garantidas no nosso Brasil”, afirmou.

Relatores

Nesta terça foram sorteadas as duas listas tríplices a partir das quais serão eleitos os relatores dos dois processos. Para cada um, são escolhidos três deputados que não sejam do mesmo partido e estado do acusado e nem de nenhum dos partidos autores das representações.

Para o primeiro processo, os nomes escolhidos foram dos deputados Igor Timo (Pode-MG)Darci de Matos (PSD-SC) e Sidney Leite (PSD-AM).

Para o segundo, foram sorteados os deputados Eduardo Costa (PTB-PA)Márcio Marinho (Republicanos-BA)Márcio Jerry (PCdoB-MA).

O presidente do Conselho de Ética, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), vai ainda consultar os sorteados para saber se aceitam ser relatores dos processos.

“Vamos ver se todos estão dispostos e fazer a escolha. Se houver alguma desistência, eu faço um novo sorteio e aí a gente avança na escolha”, explicou.

Após ser escolhido, o relator terá o prazo de dez sessões do Plenário para apresentar um relatório pela admissibilidade ou rejeição dos processos.

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