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EDP vende 3 ativos de transmissão para Actis com valor de R$ 1,32 bilhão

19 out 2021, 10:31 - atualizado em 19 out 2021, 14:32
EDP
Os ativos vendidos são a EDP Transmissão S.A. (Lote 24), a EDP Maranhão I S.A. (Lote 7) e a EDP Maranhão II S.A (Imagem: REUTERS/Eloy Alonso)

A EDP Brasil (ENBR3),da portuguesa EDP, assinou contrato para a venda de 100% do capital de três de seus empreendimentos de transmissão de energia para a Actis Assessoria de Investimentos e tem a expectativa de assinar a venda de hidrelétricas até o fim deste ano, disse à Reuters o presidente no Brasil, João Marques da Cruz.

Os ativos vendidos são a EDP Transmissão S.A. (Lote 24), a EDP Maranhão I S.A. (Lote 7) e a EDP Maranhão II S.A. (Lote 11), que somam juntos 439 quilômetros de extensão, têm receita anual permitida (RAP) de 131 milhões de reais e “enterprise value” de 1,32 bilhão de reais.

O valor da venda não foi anunciado, mas Cruz apontou que foi “um bom negócio”, também por ter sido concluído após a portuguesa arrematar a elétrica Celg Transmissão (Celg T), de Goiás, em leilão de privatização na semana passada, por 1,977 bilhão de reais, com ágio de 80,10% ante o mínimo previsto.

“Estamos felizes com o casamento temporal, em menos de uma semana compramos e vendemos”, disse Cruz, em entrevista por videoconferência, pontuando ter realizado uma estratégia de rotação de ativos bem-sucedida, a partir de ganhos com as duas operações.

O executivo ressaltou que a venda das linhas de transmissão ocorreram pelo indicador EV/Ebitda de 11,1 vezes, enquanto a compra da Celg T foi por 10,4 vezes, o que prova um bom resultado para a companhia.

Sobre a venda de hidrelétricas em curso pela EDP, sem entrar em detalhes, o executivo afirmou que há três entidades participando da fase vinculante e que tem a expectativa de assinar um acordo de venda até o fim deste ano.

Oportunidade com transações

Cruz pontuou ainda que a Celg T tem uma maior extensão de linhas de transmissão, na comparação com os ativos vendidos, além de possuir maior potencial para investimentos e espaço para melhoria de performance, podendo trazer mais retornos futuramente.

Ele destacou que 50% dos ativos da Celg T têm mais de 70% de depreciação e que Goiás, importante Estado para o agronegócio brasileiro, tem grande potencial para expansão de transmissão.

“Em termos de futuro, o que compramos tem mais necessidade de investimentos do que estamos vendendo”, afirmou.

Com a aquisição da Celg T, a EDP estima uma receita anual permitida (RAP) adicional de 223 milhões de reais no ciclo 2021/2022, com a compra dos 756 quilômetros de redes de transmissão e das 14 subestações da estatal goiana de transmissão.

Com a venda dos lotes 7, 11 e 24 e a aquisição da Celg T, a EDP passa a contar com oito empreendimentos de transmissão em seu portfólio que, quando operacionais, totalizarão 2.241 km de linhas em extensão e aproximadamente 702 milhões de reais de RAP.

A operação de venda ainda deverá ser aprovada pelo órgão antitruste Cade, pela reguladora Aneel, além do Banco do Nordeste do Brasil e de debenturistas do Lote 24.

Desde 2017, a companhia já investiu 4,1 bilhões de reais em obras e projetos de transmissão adquiridos em leilões da Aneel ou no mercado secundário. Isso representa 80% de execução de seu Capex total nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo, Acre e Rondônia.

(Atualizada às 14:32)

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