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EDP (ENBR3) analisa potencial aquisição da Enel Ceará, mas não há decisão tomada, diz CEO

28 fev 2023, 12:00 - atualizado em 28 fev 2023, 12:00
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O CEO da EDP diz que a análise considerará o contexto atual de taxas de juros (Imagem: Eloy Alonso/Reuters)

A EDP Brasil (ENBR3) estuda a aquisição da distribuidora de energia Enel Ceará, mas ainda não há decisão tomada sobre participar do processo competitivo pelo ativo, disse o CEO da elétrica, João Marques da Cruz.

A Enel Brasil iniciou neste mês os processos de análise e prospecção para venda de sua distribuidora no Ceará. O movimento vem após a venda da distribuidora do grupo em Goiás e se encaixa na estratégia da empresa italiana de concentrar esforços em distribuição de energia nas áreas metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em teleconferência de resultados, o CEO da EDP Brasil afirmou que a análise considerará o contexto atual de taxas de juros e outras oportunidades de negócio que surgirão neste ano, como os grandes leilões de projetos de transmissão.

O executivo afirmou que a elétrica pretende participar do próximo certame de transmissão, marcado para 30 de junho, no qual serão oferecidos nove lotes, somando 6,1 mil quilômetros de novas linhas e investimentos estimados de 15,8 bilhões de reais.

Cruz disse esperar mais um leilão competitivo, com “deságios significativos”, apesar dos juros mais elevados e da alta de custos na cadeia de fornecedores.

“Estamos agora fazendo trabalhos técnicos para termos propostas competitivas (pelos lotes de interesse)”, disse Cruz.

Questionado em relação ao processo de renovação das concessões de distribuidoras de energia, ele disse que a EDP Brasil tem “confiança” de que o processo se dará em uma lógica não onerosa, isto é, sem pagamento de outorga.

“É isso que nós achamos que é justo, vai de acordo com os interesses dos consumidores e acreditamos que seja essa a solução final seguida pelo governo.”

A EDP Espírito Santo é a empresa que estreará a próxima leva de renovação de contratos de distribuição, que envolverá cerca de 20 concessionárias. A companhia tem contrato vencendo em 2025 e já manifestou à União seu interesse em manter a concessão.