EDP Brasil é boa opção para compor carteira de dividendos; Inter Research indica compra
O Inter Research iniciou a cobertura das ações da Energias do Brasil (EDP Brasil – ENBR3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 22 ao fim de 2021. A tese de investimento tem como base a forte geração de caixa da companhia, o que a coloca na posição de boa pagadora de dividendos.
“O fluxo de caixa esperado pela Energias do Brasil é demasiadamente alto, o que nos leva a crer que a empresa continuará trabalhando para renovar/recompor sua base de ativos, mantendo sua receita crescente, ou aumentará sua distribuição de proventos”, comentou Rafael Winalda, responsável pelo relatório divulgado na segunda-feira.
No segmento de geração, a Energias do Brasil possui seis usinas hidroelétricas e uma térmica que somam capacidade instalada de 2,9 GW – além de uma garantia física de 1,9 GW.
Em distribuição, a empresa está presente nos estados de São Paulo e Espírito Santo. Suas distribuidoras EDP São Paulo e EDP Espírito Santo, inclusive, têm mostrado bons resultados, e a expectativa do Inter Research é de que a companhia vai aproveitar as oportunidades que essas regiões podem trazer – especialmente São Paulo.
A Energias do Brasil entrou no segmento de transmissão em 2016 após arrematar seis lotes que totalizaram mais de 1.444 km em linhas. A companhia ainda atua na comercialização de energia e prestação de serviços de soluções energéticas.
De risco, o Inter Research destacou menores revisões tarifárias, o que acabaria afetando diretamente na receita; possível dificuldade de recompor a base de ativos; e cenário mais desafiador de escassez de chuvas, levando a uma menor geração de energia.
Equatorial
O Inter Research também iniciou a cobertura da Equatorial Energia (EQTL3), companhia com quatro distribuidoras localizadas nos estados do Maranhão, Pará, Piauí e Alagoas. Os analistas têm recomendação neutra para o papel, com preço-alvo para o fim de 2021 de R$ 24.
Segundo o Inter Research, os ativos da empresa já estão precificados, o que não dá muito espaço para potencial de valorização. No entanto, o modelo de investimento não considera aquisições futuras.
“O grupo Equatorial é bastante conhecido por seus processos de turnaround, nos quais a companhia adquire, por um baixo preço, empreendimentos que estão passando por algum tipo de dificuldade, entregando resultados aquém do esperado, para então, por meio de metodologia própria, reverter a situação e tornar o ativo lucrativo”, destacou Winalda. “Ao longo de anos, principalmente com a Cemar (Companhia Energética do Maranhão), a empresa adquiriu uma expertise em distribuição, tornando-se referência no segmento”.
A Equatorial tem a ser favor a localização. As regiões Norte e Nordeste contam com um potencial de crescimento de consumo de energia acima da média brasileira. Na visão do Inter Research, isso traz vantagem à companhia em relação aos pares.
A empresa ainda atua nos segmentos de geração e prestação de serviços, que somam 3,5% da receita total. A Equatorial está correndo atrás de outros mercados de atuação, tanto que tem sido um nome presente nos leilões de linhas de transmissão.
No quesito risco, o Inter Research mencionou a fragilidade da economia nas regiões de atuação da Equatorial, que supera a de Sudeste e Sul. Isso pode levar a taxas de inadimplência maiores. Além disso, a companhia é dependente da retomada econômica.