Coronavírus

Economistas veem reabertura da China mais rápida que o esperado

05 dez 2022, 11:22 - atualizado em 05 dez 2022, 11:22
China Coronavirus
As restrições causaram danos generalizados à economia e alimentaram protestos em várias grandes cidades, levando autoridades a reverterem algumas restrições de mobilidade nos últimos dias (Imagem: Bloomberg)

Economistas antecipam suas projeções para o fim do Covid Zero na China à medida que o governo começa a relaxar os controles em muitas cidades.

Nove dos 16 economistas entrevistados pela Bloomberg na semana passada disseram que a China reabrirá o país mais rapidamente do que esperavam anteriormente. Desses, quatro disseram que isso acontecerá no segundo trimestre de 2023, e três esperam que ocorra antes.

O governo tem acelerado sua guinada rumo à reabertura, pois ficou evidente que a estratégia de eliminar infecções não conseguiu controlar o atual surto recorde de Covid.

As restrições causaram danos generalizados à economia e alimentaram protestos em várias grandes cidades, levando autoridades a reverterem algumas restrições de mobilidade nos últimos dias.

“Acreditamos que a China já saiu de sua política Covid Zero com essas 20 medidas de ajuste fino e, em vez disso, está tentando achatar a curva de infecções”, disse Serena Zhou, economista sênior da Mizuho Securities. As diretrizes publicadas no mês passado procuram tornar os controles de Covid mais direcionados e menos prejudiciais às atividades econômicas.

Pequim agora permite que alguns pacientes de baixo risco se isolem em casa, em vez de campos de quarentena. Xangai eliminou os requisitos de teste de PCR para entrar em locais públicos ao ar livre, como parques, ou usar transporte público. Altos funcionários e a mídia estatal também suavizaram sua retórica sobre o vírus.

“O momento de uma grande mudança na política de Covid pode ser um pouco mais cedo do que nosso cenário principal de depois de março de 2023”, economistas do UBS, incluindo Wang Tao, escreveram em nota na segunda-feira.

Dos 16 economistas ouvidos pela Bloomberg, sete preveem que a reabertura acontecerá no segundo trimestre do ano que vem, e quatro, no primeiro trimestre. Não foi solicitado aos economistas que definissem o que seria uma reabertura total.

A pesquisa foi realizada entre 30 de novembro e 2 de dezembro, antes das mudanças deste fim de semana em grandes cidades como Xangai e Hangzhou para aliviar as restrições.

Alguns dos economistas alertaram que a transição seria turbulenta, provavelmente envolvendo tentativa e erro das autoridades, pois elas lidam com recursos médicos insuficientes e baixas taxas de vacinação de idosos.

“A reabertura da China está a caminho, mas não será uma trajetória fácil, e o mercado não deve esperar uma grande remoção de todas as medidas de prevenção de epidemias como no Ocidente”, disse Gary Ng, economista sênior da Natixis.

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