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Economistas monitoram fuga de recursos com a crise ucraniana e comprometimento da rigidez monetária

24 fev 2022, 17:38 - atualizado em 25 fev 2022, 12:18
Economia
Renda fixa pode ter desvio de recursos externos com o agravamento da crise na Ucrânia (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Com a bagunça instalada na economia mundial pela invasão da Ucrânia, e sem que saiba a extensão dos danos que as sanções ocidentais podem refletir na Rússia, qualquer sinal de agora em diante vai ser monitorado pelos mercados, como algum desvio e fuga de recursos que estão entrando no Brasil atrás dos juros da renda fixa.

E pode comprometer o esforço contracionista do Banco Central, no aumento dos juros, hoje com a Selic em 10,75%.

Três economistas consultados por Money Times concordam com essa possibilidade, na esteira da alta do dólar no mercado mundial e da busca por outro porto seguro, os títulos do Tesouro americano.

“Não diria que seja uma fuga, mas um desvio do fluxo e retorno para a qualidade”, disse Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, lembrando a crise de 2008/2009 (quebra do Lehman Brothers) e o auge da pandemia, em 2020, quando os mercados ficaram comprados nos Estados Unidos.

Para ele, tem mais inflação sendo sinalizada, pelo menos no curto prazo, e desvalorização do real nesta quinta (24), em 2%, a R$ 5,10, foi “até pouca”.

Para Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), “dependendo da expectativa da profundidade” da crise, seja pela expansão militar e entrada de outros atores, seja pelo impacto das sanções da Europa e Estados Unidos à economia russa, “poderá haver uma grande fuga”.

As premissas são as mesmas analisadas por Antônio Correa de Lacerda, professor de pós-gradução da Faculdade de Economia da PUC-SP e presidente do Conselho Federal de Economia. Ele, no entanto, já está prevendo uma desvalorização do real mais a frente, pelo efeito carry trade.

“Ingressa-se com bilhões de dólares no mercado doméstico, provocando valorização do real e aproveitam a onda de crescimento das ações e das taxas de juros, para depois começarem a sair, provocando desvalorização do real”.

Segundo complementa, operações que podem render 20% a 30%, ou mais, e que levariam “talvez décadas para ganharem no mercado internacional”.

 

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