Economia dos EUA enfrenta riscos de inflação mais alta, mas política monetária deve se manter, segundo ata do Fomc

Os membros do Federal Open Market Committee (Fomc, o equivalente ao Copom norte-americano), entidade do Federal Reserve, acreditam que a economia dos Estados Unidos enfrenta riscos de inflação mais alta, de acordo com a ata do mais recente encontro da autoridade monetária, publicada nesta quarta-feira (9).
Na reunião sobre política monetária, realizada nos dias 18 e 19 de março, o Fed decidiu manter a taxa de juros inalterada, entre 4,25% e 4,5%.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? O Money Times entrevistou analista que está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas para comprar agora. Clique aqui e acesse.
O Comitê também anunciou que irá reduzir o ritmo de diminuição de suas participações em títulos do Tesouro (também chamado aperto quantitativo). Assim, o limite mensal de resgates passa de US$ 25 bilhões para US$ 5 bilhões a partir de abril.
A decisão reflete a crescente incerteza gerada pela perspectiva de economia mais fragilizada em virtude das políticas governamentais. A maioria dos dirigentes notou que tais medidas têm potencial para gerar efeitos inflacionários persistentes na economia dos EUA.
Apesar de reconhecerem que o crescimento econômico e o mercado de trabalho permanecem sólidos e que a política monetária atual é restritiva, os membros do Fomc consideraram apropriado aguardar maior clareza sobre os impactos na inflação e na atividade econômica.
Além disso, quase todos os participantes apoiaram a decisão desacelerar o ritmo de redução do balanço patrimonial do Federal Reserve. O Banco Central norte-americano, porém, observou que essa desaceleração não implica em uma mudança na postura de política monetária.
De acordo com a autoridade monetária, o essa redução do ritmo está alinhada com os planos de longo prazo do Fomc.
Incerteza na economia dos EUA
Durante discussões que antecederam o encontro do Fomc, membros do Comitê observaram que os dados disponíveis indicavam uma economia em expansão constante e um mercado de trabalho amplamente equilibrado, mas com a inflação ainda um tanto elevada.
De acordo com a ata, informações de contatos empresariais e pesquisas apontam para uma deterioração no sentimento de famílias e empresas em meio à crescente incerteza sobre as políticas governamentais.
Dirigentes pontuaram que o aumento das incertezas tinha potencial para prejudicar alguns indicadores, como atividades de contratação e investimentos. Além disso, os membros do Fed observaram que o aumento de tarifas poderia fazer saltar a inflação.
E, embora o aumento de preços tenha diminuído nos últimos dois anos, ele permaneceu elevado em relação à meta de 2%.
Quanto ao mercado de trabalho, os participantes avaliaram que as condições permaneceram equilibradas, com a taxa de desemprego estável em um nível relativamente baixo e o crescimento salarial nominal ainda moderado.
No entanto, alguns dirigentes ressaltaram os aumentos recentes nos anúncios de demissões e nos números de pessoas trabalhando em tempo parcial. Esses fatores são atribuídos a razões econômicas, segundo a ata.