Coluna do Hsia Hua Sheng

Economia chinesa: chegaram estímulos que o mercado esperava

25 set 2024, 16:11 - atualizado em 25 set 2024, 16:14
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BC da China lança pacote de estímulo mais agressivo desde a pandemia (Imagem: REUTERS/Jason Lee/File Photo)

Continuando suas reformas econômicas, a China anunciou nesta terça-feira (24) novos estímulos monetários com foco para mercado interno. O que surpreendeu o mercado foi a força e a determinação desses anúncios.

O anúncio foi feito não somente pelo presidente do Banco Popular da China (Banco Central), mas também por duas das maiores autoridades financeiras e econômicas da China: da Administração Estatal de Supervisão Financeira e da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China.

Um dos objetivos da medida é acelerar a transição do mercado imobiliário e incentivar a compra do segundo imóvel ou troca para um imóvel maior.

A China reduzirá as taxas de juros hipotecárias existentes. A taxa média atual de juros dos empréstimos hipotecários existentes de cerca de 3,92% também será reduzida em 50 pontos-base desta vez.

A China também unificará o índice de pagamento inicial mínimo (dinheiro preparado pelo próprio) para empréstimos hipotecários e reduzirá o índice de pagamento inicial mínimo para o segundo casas de 25% para 15%.

Com essas medidas de redução dos empréstimos hipotecários, as despesas com juros das famílias que compraram imóveis financiados serão reduzidas significativamente, sobrando mais dinheiro para fazer mais consumo interno. Além disso, a retomada de compra de imóvel vai aumentar demanda para o setor de moveis, decorações e eletrodomésticos.

Reduzir custo de financiamento de empresas

Outro objetivo destes estímulos é dar maior liquidez a economia para ajudar a promover investimentos e reduzir custo de capital de giros das empresas privadas. A taxa de recompra reversa de sete dias foi reduzida em 0,2 pontos percentuais, dos atuais 1,7% para 1,5%.

Essa medida ajuda garantir a margem liquida dos bancos comercias, ao mesmo tempo, ajuda reduzir em 0,2% taxa empréstimo primaria (LPR) da China no próximo mês. Para uma economia chinesas com essa taxa referencial em torno de 3,25% de um ano, essa redução é bastante grande.

Para dar maior liquidez de longo prazo no mercado financeiro, a taxa de juros de reserva de depósitos será reduzida em 0,5 ponto percentual. Isso movimenta o mercado de capitais e mercado de fusões e aquisições e justifica a boa expectativa em relação ao crescimento do mercado acionário na China.

Como o Brasil será afetado?

Os setores de exportadores de minério vão ser beneficiado por esse conjunto de medidas para estimular o setor imobiliário e reduzir as consequências econômicas da crise imobiliária e colocá-lo de volta na rota de recuperação.

Além disso, os exportadores de alimentos também serão beneficiados com maior consumo e maior gastos com serviços, restaurantes e turismos.

Com queda de taxas de juros e maior liberação de liquidez na economia, investimentos em ações das Bolsa de valores da China, especialmente os maiores índices acionários da China por exemplo, CSI 300 (Indice de ShangHai) Indice HanSeng de HongKong, também serão alternativa interessante para investidores brasileiros diversificarem seus investimentos globais.

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Hsia Hua Sheng é vice-presidente do Bank of China (Brasil) S.A. e professor associado de finanças na Fundação Getulio Vargas (FGV- EAESP). Ele é economista pela Universidade de São Paulo (FEA - USP), doutor e mestre em administração em finanças pela Fundação Getulio Vargas (FGV – EAESP). Foi pesquisador visitante na NYU Stern School of Business e na Shanghai University of Finance and Economics (SHUFE). É especialista em finanças internacionais com foco em mercados emergentes, com larga experiência profissional em multinacionais e possui várias publicações em revistas acadêmicas e profissionais de excelências internacionais e nacionais.
hsia.sheng@moneytimes.com.br
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Hsia Hua Sheng é vice-presidente do Bank of China (Brasil) S.A. e professor associado de finanças na Fundação Getulio Vargas (FGV- EAESP). Ele é economista pela Universidade de São Paulo (FEA - USP), doutor e mestre em administração em finanças pela Fundação Getulio Vargas (FGV – EAESP). Foi pesquisador visitante na NYU Stern School of Business e na Shanghai University of Finance and Economics (SHUFE). É especialista em finanças internacionais com foco em mercados emergentes, com larga experiência profissional em multinacionais e possui várias publicações em revistas acadêmicas e profissionais de excelências internacionais e nacionais.
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