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É possível ter um OXXO a cada esquina com Selic a 14,25%?

24 mar 2025, 8:00 - atualizado em 24 mar 2025, 10:15
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Para ele, o ambiente macroeconômico é observado de perto, mas a OXXO foca no longo prazo. (Imagem: REUTERS/Daniel Becerril)

A OXXO chegou ao Brasil em 2020 e tão rápido quanto a sua expansão, virou ‘meme’ pela abertura de lojas frenéticas.

Em São Paulo, local que concentra a sua atividade, não é incomum encontrar duas ou até trés lojas em poucos metros. Em cinco anos, a rede, com origens no México e controlada pela Femsa que se juntou com a Raízen (RAIZ4), somou 600 lojas.

Mas até onde vai o ritmo de ampliação dos ‘mercadinhos’? A questão é como a rede vai buscar fôlego para manter o ritmo de crescimento, mesmo com a Selic, a taxa de juros, beirando os 15%, e sinais de fraqueza no varejo alimentar. 

No quarto trimestre, empresas do setor, como Pão de Açúcar (PCAR3) e Carrefour (CRFB3), encerraram o período com números que não agradaram o mercado.

Outras redes, como o Dia, que atua em um segmento parecido com o OXXO, ou mercadinhos de conveniência, entraram com pedido de recuperação judicial. Oportunidade ou sinal de alerta?

Apesar de não abrir os números operacionais, uma matéria de outubro de 2024 do portal InvestNews mostrou que o Grupo Nós, que toca as lojas aqui no Brasil, registrou prejuízo de R$ 165 milhões em 2023.

Os números de 2024 não foram revelados. Mesmo assim, Abelardo Garcia, diretor comercial, marketing e negócios digitais do OXXO, garante que a empresa está satisfeita com as cifras e que a rede continuará a sua expansão.

“Nossos resultados estão dentro do business plan criado durante a formatação da joint venture. Nossa estratégia vem sendo bem recebida pelos consumidores brasileiros, o que nos deixa satisfeitos”, disse ao Money Times.

Para ele, o ambiente macroeconômico é observado de perto, mas a OXXO foca no longo prazo.

“A nossa expansão seguirá firme em São Paulo, uma vez que entendemos que ainda há muito espaço no estado para seguirmos a nossa penetração. E seguiremos inovando e ajustando nossa estratégia”.

Questionado se a empresa, hoje restrita ao estado, planeja crescer para outras regiões do país, Abelardo diz que o foco é consolidar a maturação do negócio e da marca aqui.

“Vemos ainda muito espaço para seguir com essa estratégia”.

Mercadinho de bairro; o que mudou?

A onda de lojas do OXXO no Brasil coincide com uma mudança de comportamento do consumidor. Se antes os hipermercados atraiam grande atenção, hoje eles foram substituídos por atacarejos e mercadinhos de conveniência, como o OXXO, como explica o consultor em especializado em varejo Eugênio Foganholo, da Mixxer.

“O OXXO atende, na realidade, uma super conveniência do consumidor. A função de conveniência no Brasil, ainda que não existisse como loja de conveniência, era atendida com a padaria, com a banca de jornal, com uma série de questões que geravam essa conveniência”.

O que a rede fez foi juntar as categorias de produtos, que são tipicamente de conveniência, e cuja missão de compra é de consumo imediato, em um só lugar. Em uma loja, é possível comprar pão ou tomar um café, com espaço para mesinhas.

“Essa função é relevante para o consumidor. Portanto, tende a ter bons resultados e a continuar a ter bons resultados. Tanto é uma realidade que o processo de expansão dele está sendo bem agressivo, ainda que muito concentrado no estado de São Paulo”, completa Foganholo.

Para Abelardo, o mercado brasileiro ainda tem uma alta demanda para o consumo imediato.

“O nosso negócio de proximidade oferece muita oportunidade de crescimento, principalmente nas grandes cidades, onde praticidade e proximidade são essenciais para ganho de tempo e para facilitar a vida dos consumidores”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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