E o rali, Ibovespa? 7 motivos de longo prazo para apostar no Brasil, segundo XP
O Ibovespa (IBOV) contrariou as expectativas e não deu o impulso esperado por agentes do mercado após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de realizar o primeiro corte na Selic em três anos.
Na semana passada, autoridades monetárias deram o sinal verde para o início da flexibilização dos juros no Brasil. A redução da Selic, na ordem de 0,50 ponto percentual, atendeu as expectativas dos mais otimistas. Para completar, o comunicado divulgado pelo BC sinalizou que novas reduções da mesma ordem poderiam acontecer nas próximas reuniões – isso, claro, se o cenário atual, de arrefecimento inflacionário, prevalecer.
Apesar do movimento do BC, o Ibovespa não reagiu ao fim do ciclo de aperto monetário no país. Na verdade, o índice entregou pregões fracos após a reunião do Copom, tendo engatado nesta segunda-feira (7) sua quinta sessão seguida de queda.
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Otimismo não acabou
O Ibovespa passa por uma tendência de correção de curtíssimo prazo, destaca o BB Investimentos, em relatório com análise gráfica. A instituição ressalta que movimentos de correção tendem a “dar suporte a um movimento mais consistente de alta no médio prazo”.
Enquanto isso, a XP Investimentos levanta sete motivos para investir no Brasil no longo prazo, sendo um deles a potencial proximidade de um novo ciclo de alta.
A corretora destaca que o mercado de ações tem andado de lado em termos dolarizados desde 2008. Enquanto isso, o desconto no valuation do Brasil em relação ao restante do mundo chegou a níveis extremos.
Na avaliação da XP, existem três principais direcionadores que podem ajudar a levantar o mercado. Além do valuation amplamente descontado e a desvalorização do dólar perante o real, analistas citam o crescimento de resultados.
O terceiro direcionador é o que traz menos certeza para a XP, visto que o LPA (lucro por ação) teve aumento substancial recente devido a preços mais altos das commodities.
“O LPA para o Ibovespa já subiu de ~7.000 em 2019 para ~16.000 em 2023; e margens também aumentaram, com a margem Ebitda subindo de 20% para 25%, acima da média histórica de longo prazo em 19%”, afirma a equipe de análise.
Para os resultados mostrarem aumento considerável, seria preciso um forte crescimento de vendas, o que viria de um forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil – e, “infelizmente, ainda não vemos tal cenário”, diz a XP.
Além do potencial para o mercado de ações, a instituição menciona ainda seis outras razões para acreditar no mercado brasileiro. Confira:
- o Brasil é e continuará sendo um país de commodities – o país possui vastas terras cultiváveis e a maior reserva de água doce do planeta, abrindo espaço para ganho de participação de mercado;
- o Brasil possui várias fontes de energia, uma matriz energética verde com forte potencial de monetização de carbono, bem como a capacidade de dobrar sua produção de óleo até 2030;
- o Brasil está se tornando um hub de inovação entre os emergentes, inserido no top 10 países globais em número de unicórnios;
- existe grande espaço para “financial deepening”, visto que apenas 2% da população investem em ações (contra 40% em mercados desenvolvidos);
- o Brasil tem uma classe média emergente que continuará a consumir mais itens de discricionário; e
- o Brasil possui risco pequeno sob uma perspectiva geopolítica, o que é relevante para investidores emergentes e globais nos dias atuais.