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China: É o fim de uma das maiores economias do mundo? Saiba o que o ano do Dragão promete

04 jan 2024, 17:41 - atualizado em 04 jan 2024, 17:43
o que esperar para a china em 2024
China vê cenário difícil para 2024, com recuo no PIB e desaceleração econômica. (Foto: glaborde7/ Pixabay)

O Ano Novo Chinês de 2024 começa em 4 de fevereiro, inaugurando o ano do Dragão de madeira. Além de previsões para as mais diversas áreas pessoais, o Dragão pode trazer novidades para seu país natal.

Isso porque, em um discurso televisionado para marcar o Ano Novo, Xi Jinping fez comentários que repercutiram mundialmente. O presidente da China abordou o conflito com Taiwan, o qual é considerado uma província rebelde, afirmando que o país “seguramente se reunificará”.

Além disso, pela primeira vez desde que os discursos televisionados começaram, Xi reconheceu que a economia chinesa não está em seu melhor momento: “Algumas empresas enfrentaram tempos difíceis, algumas pessoas tiveram dificuldades para encontrar empregos e atender necessidades básicas”.

A má sorte parece acompanhar o país. Entre as maiores dificuldades estão a crise imobiliária, a desaceleração econômica e o envelhecimento da população.

Confira mais detalhes sobre os problemas da China e seus reflexos para o Brasil:

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Crescimento econômico pessimista

A China vem apresentando dificuldade em alcançar a meta de 5% de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) e, se antes o céu era o limite para a economia do país, agora o cenário mudou.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula que, para 2024, o PIB terá uma alta de 4,2% e em 2028 a taxa de crescimento alcançará apenas 3,4%. O Banco Mundial também não acredita que o país alcançará sua meta de crescimento anual. A previsão é de 4,5% para 2024 e 4,3% para 2025.

Algumas razões para essas métricas são: investimentos excessivos, acumulação de dívidas em províncias, queda nas taxas de crescimento populacional e a dificuldade em se recuperar de crises. Também, há crises no setor imobiliário e a atividade industrial do país retrocedeu em dezembro.

O envelhecimento populacional e a queda na taxa de natalidade, que diminuiu pela primeira vez desde 1961, são outros desafios enfrentados pelo governo. Para um país que não está acostumado a ter uma população em idade ativa menor, as dinâmicas ainda precisarão ser ajustadas.

Esse envelhecimento também levanta outras questões, como a necessidade de aumentar gastos sociais e de saúde, que podem elevar o déficit fiscal e um aumento na dívida do governo.

Ainda, os bancos de Wall Street encontram dificuldades em atender às demandas rigorosas impostas pelo país asiático. Os bancos vêm tentando operar de maneira mais independente, evitando compartilhar conteúdos de estratégias com o governo chinês, gerando atritos.

O que acontecerá com o Brasil?

Mesmo com a desaceleração econômica vista na China, o Brasil ainda é extremamente dependente do país. De acordo com o cálculo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), se não fosse pelo parceiro chinês de longa data, as exportações brasileiras de 2023 teriam caído 3%.

As relações entre os dois países são intensas, com investimentos robustos da China no território brasileiro, previstos em acordos do Brics e da “Nova Rota da Seda”.

Apesar do susto que pode ser causado pelo pessimismo, as exportações realizadas do Brasil para a China envolvem principalmente produtos agrícolas, que não deixarão de ser comprados mesmo com a desaceleração econômica.