E o Brasil? Saiba quais economias devem entrar em recessão, segundo holding japonesa
Para o economista-chefe da Nomura Holdings, muitas das principais economias mundiais vão entrar em recessão nos próximos 12 meses, com os bancos centrais apertando a política monetária para combater a inflação.
“Neste momento, os bancos centrais, muitos deles mudaram para essencialmente um único mandato — e isso é reduzir a inflação. A credibilidade da política monetária é um bem precioso demais para se perder. Então, eles serão muito agressivos” disse Rob Subbaraman, à CNBC.
“Isso significa aumentos nas taxas de carregamento antecipado. Apontamos há vários meses sobre os riscos de uma recessão e mordemos a bala. E agora temos muitas das economias desenvolvidas realmente entrando em recessão”, continuou.
Para Subbaraman, além dos Estados Unidos, devem entrar em recessão também o Reino Unido, o Japão, Coreia do Sul, Austrália, Canadá e a Zona do Euro.
O Brasil não foi citado pelo economista, apesar de também estar aumentando as taxas de juros progressivamente nos últimos meses para estancar o aumento da inflação.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), subiu para 13,25%.
Por aqui, a taxa de juros real subiu para 8,10%, segundo a Infinity Asset — a maior no ranking mundial.
“Quando você tem muitas economias enfraquecendo, você não pode confiar nas exportações para crescer. Essa é outra razão pela qual achamos que esse risco de recessão é muito real e provavelmente acontecerá”, afirmou Subbaraman.
O risco nas economias médias
Em nota enviada para o site norte-americano, Subbaraman definiu diversas economias médias como possíveis locais onde haverá uma recessão, como Austrália, Canadá e Coreia do Sul.
Segundo a nota, os países estão sob risco de recessões mais profundas do que o previsto “se os aumentos das taxas de juros desencadearem colapsos imobiliários e desalavancagem”.
“O estranho é a China, que está se recuperando da recessão à medida que a economia se desbloqueia em meio a políticas acomodatícias, embora corra o risco de novos bloqueios e outra recessão, desde que Pequim mantenha sua estratégia de zero covid”, afirmava a nota.
“É difícil dizer isso de forma agradável… obter essa dor na frente e reduzir a inflação é melhor para a economia e a sociedade mundiais do que realmente deixar a inflação sair do controle, como aprendemos na década de 1970.”
Estados Unidos no radar: recessão longa e superficial
O economista disse também à CNBC que a recessão dos Estados Unidos deve ser superficial, mas longa — podendo durar até cinco trimestres a partir dos últimos três meses deste ano.
O Federal Reserve (FED, análogo ao BC brasileiro) aumentou a taxa de juros do país, indo de 0,25% em 2020 para 1,75% neste mês. Segundo a instituição, a taxa deve aumentar mais em sua próxima reunião em julho.
“Os EUA entrarão em recessão — portanto, crescimento negativo do PIB trimestral a partir do quarto trimestre deste ano. Será uma recessão superficial, mas longa. Temos isso com duração de cinco trimestres seguidos”, afirmou.
“O Fed estará se restringindo a essa recessão e isso porque vemos a inflação como pegajosa — ela permanecerá alta. Vai ser difícil descer”, continuou Subbaraman.
“Temos o Fed subindo 75 [pontos básicos] em julho e depois 50 na próxima reunião”, afirmou o especialista.
Segundo ele, as previsões da Nomura apontam que, nos próximos meses, pode acontecer uma série de aumento de 25 pontos básicos até a taxa chegar a 3,75% em fevereiro de 2023.
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