Comprar ou vender?

É momento de realizar lucros com Bradesco e comprar ações do Banco do Brasil, aponta BBA

16 set 2021, 19:12 - atualizado em 16 set 2021, 19:17
Bradesco
A corretora, que rebaixou a recomendação do Bradesco para neutra com preço-alvo de R$ 25, afirma que os spreads não devem melhorar (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

O momento é de vender as ações do Bradesco (BBDC4) para realizar lucros e de comprar papéis do Banco do Brasil (BBSA4), aponta o Itaú BBA em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times.

A corretora, que rebaixou a recomendação do Bradesco para neutra com preço-alvo de R$ 25, afirma que os spreads não devem melhorar, a demanda por crédito tende a esfriar e a inadimplência aumentar rapidamente.

“O cenário macroeconômico deteriorado também reduzirá a probabilidade de pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas”, afirmam os analistas Pedro Leduc e Mateus Raffaelli.

Além disso, eles calculam que o Bradesco é negociado em nível próximo de sua média histórica de preço por valor patrimonial.

Por outro lado, a dupla elevou a confiança com as ações do Banco do Brasil, argumentando que os papéis estão “extremamente descontados”.

“Nossa preferência leva em conta que a ação ficou tão descontada que, na nossa visão, há mais a ganhar do que a perder. Além disso, a baixa expectativa do mercado para BB e o bom histórico recente de resultados da instituição, que vieram acima do esperado nos últimos dois trimestres, nos dão mais conforto com a ação”, argumentam. 

Mercado está ignorando o aumento da inadimplência?

Leduc e Raffaelli lembram que o principal motivo para o Bradesco ter melhorado os seus números foram as despesas mais baixas com provisões para devedores duvidosos, que continuará beneficiando o banco nos próximos trimestres. Porém, isso não deve se estender por muito tempo, alertam.

“Acreditamos que o impacto adverso na inadimplência em 2022, com PIB potencialmente mais fraco e inflação substancialmente elevada, está sendo subestimado”, afirmam.

Eles elevaram as expectativas de inadimplência para 3,8% (ante 3,2%) e as despesas com provisões em 20%, para R$ 21 bilhões no ano que vem.

“Dito isso, e somando-se às expectativas de despesas gerais e administrativas maiores diante do cenário inflacionário, vemos uma queda de cerca de 20% em nossas expectativas de lucro para o Bradesco em 2022”, afirmam. 

A dupla estima em R$ 24,5 bilhões o lucro líquido do banco no próximo ano, 15% abaixo do consenso.

“Em relação ao crescimento da carteira de crédito, cortamos nossa projeção para 5% no ano que vem dadas as expectativas mais fracas para o PIB, queda na confiança e alto grau de endividamento das famílias – o que, em um cenário de alta de juros, reduz o apetite dos clientes para novos empréstimos”, pontuam.

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