É mais importante ter Santander como cliente que investidor, diz Rial
O Santander selecionou cinco pequenas empresas com potencial de crescimento e escala (chamadas “scale-ups”) para monitorar e que podem se tornar no futuro prestadoras de serviço ou mesmo ganhar aporte do banco. A instituição financeira, que lançou este ano o programa Radar Santander, peneirou essas empresas de um total de 344 inscritas.
Elas receberão mentoria até novembro de executivos do banco e da Endeavor, parceira no projeto. Foram escolhidas a Docway (aplicativo que marca consulta médica online), Idwall (valida documentos digitais), Moneto (app para gestão de cobranças), Pipefy (ferramenta de gestão de processos e eficiência de empresas) e Tempest (inteligência de segurança de informação).
Para Sérgio Rial, presidente do banco no Brasil, mais do que investir dinheiro em uma dessas empresas, o Santander pode se tornar um parceiro dessas companhias. A seguir, os principais trechos da entrevista.
O que busca o Santander com essa iniciativa?
A gente entende que o papel de uma empresa como a nossa é ser uma plataforma. É muito mais importante ter o Santander como cliente do que necessariamente como investidor. A ideia de trazer essa convergência nos ajuda a ser melhor.
Essas empresas vão ter um contrato com o banco?
Eventualmente poderemos ter contrato, ser um cliente. Em vez de estarem em nosso balanço como investimento, passam a estar como contas a pagar, e nós, como contas a receber, o que é muito melhor.
Muitas dessas empresas são intermediadoras de serviços financeiros. É uma tendência?
Sim. Essas empresas trabalham em alguns elos de cadeias que alguns bancos não colocam muita atenção. Elas estão em um microcosmo de partes importantes do setor financeiro.
O sr. vê retomada da economia este ano?
O Santander vê este ano com muito otimismo. Saímos de dois anos muito difíceis. Reformas estão sendo discutidas, o Congresso está ativo, com alinhamento entre o Executivo e o Legislativo. Vejo um crescimento em torno de 1% ou um pouquinho para cima ou para baixo. O mais importante é que vamos para uma taxa de juros rumo a um dígito.
Melhorou o cenário para empresas em dificuldade? O Santander é credor de boa parte delas.
Houve uma melhora nos balanços das empresas no primeiro trimestre. Nada é melhor do que uma negociação voluntária entre as partes, de uma saída compatível com a realidade da empresa. Muitas empresas vão em busca de recuperação judicial não são bem-sucedidas. Acho, na grande maioria dos casos, os bancos muito proativos em negociações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Por Mônica Scaramuzzo)