Mercados

É hora dos emergentes? Citi recomenda comprar Brasil (e ficar neutro em EUA); entenda

11 jul 2023, 20:14 - atualizado em 11 jul 2023, 20:14
Wall Street Citigroup Brasil
Wall Street fica para trás de mercados emergentes, na visão dos estrategistas do Citigroup. (Imagem: Bloomberg)

O Citigroup não está pouco otimista com as perspectivas para Wall Street no segundo semestre. O banco rebaixou a recomendação de “compra” para “neutra” para ações americanas, citando a possibilidade de uma recessão no quarto trimestre e um provável recuo dos setores de crescimento.

Para o time de estratégia do Citigroup, o rali das mega caps, tendência que definiu os seis primeiros meses de negociação do ano, está com dias contados.

A escolha por uma tese mais defensiva no mercado americano ocorre em vista da retomada do ciclo de juros, com mais duas altas sendo sugeridas pelo Banco Central americano. Ainda não precificada, a percepção de juros altos por mais tempo deve continuar pressionando as projeções de lucro para o setor de crescimento.

Aliado a isso, o Citigroup entende que os avanços de inteligência artificial, que pautaram a sobrevalorização das big techs, devem entrar em uma fase mais “digestiva” para o investidor. Em outras palavras, na visão do banco, fica menos provável que o tema enseje o mesmo ímpeto no mercado.

Olhando para os 11 setores que compõem o S&P 500, são recomendações mais positivas, o setor de bens de consumo, transporte, materiais, setor imobiliário, software e entretenimento.

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Emergentes alçados a condição de queridinhos

Se do lado americano os ventos podem se transformar em turbulência, do lado dos mercados emergentes, o Citigroup tem uma visão mais otimista.

Segundo o time de estrategistas, os mercados emergentes oferecem uma relação risco-retorno mais interessante ao investidor, com destaque para uma exposição mista entre os setores de crescimento e de material.

É considerado também que países como o Brasil e México estão em outro momento do ciclo monetário, com os bancos centrais mirando cortes na taxa de juros no curto e médio-prazo. A direção oposta ocorre para os Estados Unidos e para o Reino Unido, outro mercado que recebeu rebaixamento de recomendação.

A comunhão desses fatores, aliados à fraqueza do dólar no cenário internacional, leva a um impressionante fortalecimento das moedas locais desses mercados. O peso mexicano, por exemplo, está sendo negociado no maior patamar, ante o dólar estadunidense, dos últimos 8 anos.

A apreciação das divisas locais também se torna um reflexo do maior apetite por risco em diversos mercados emergentes.

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