É hora de apostar nas companhias aéreas? Com balanços de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), veja o que analistas recomendam sobre o setor
A temporada de balanços está dando seus últimos suspiros nesta semana, e as aéreas foram o foco desta quinta-feira (28). A Azul (AZUL4) teve prejuízo líquido ajustado de R$ 270,6 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), enquanto a Gol (GOLL4) teve prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no período.
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Aéreas: O que dizem os analistas sobre a Azul (AZUL4)?
O valor registrado no período é 55,7% inferior ao reportado no mesmo trimestre do ano passado, de R$ 610,5 milhões.
No entanto, o Itaú BBA ainda vê o anúncio como positivo, visto que a receita líquida da Azul ficou ligeiramente acima do consenso.
Por outro lado, o crescimento acima do esperado em algumas linhas de despesas resultou em uma pequena perda de Ebitda”, ponderam os analistas Gabriel Rezende, Daniel Gasparete e Luiz Capistrano.
Os analistas do BTG Pactual esperam que os resultados continuem a melhorar, beneficiando-se da conclusão do plano de gestão de liquidez e passivos, menores pressões de custo de combustível e uma contínua recuperação de volume.
Outro tópico ponderado é o cenário competitivo mais favorável no mercado doméstico, visto que a Gol entrou voluntariamente com pedido de proteção pelo Chapter 11, o que “deve ajudar a Azul a ganhar participação de mercado e manter yields saudáveis”, afirmam Marcelo Arazi, Marcel Zambello, Fernanda Recchia e Lucas Marquiori, do BTG.
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“Olhando adiante, esperamos que o mercado acompanhe os volumes e o desempenho dos yields, preços de combustível, volatilidade cambial e atualizações da frota. Permanecemos compradores da Azul, que combina um momento positivo de curto prazo com um valuation atrativo”, finalizam.
Os analistas Pedro Bruno, Bruno Vidal e Matheus Sant’anna, da XP Investimentos apontaram que houve uma combinação nos resultados do quarto trimestre de 2023 da Azul, sendo elas:
- a recuperação na demanda da RPKs (Receita em Quilômetros por Passageiro), em +9% ano a ano;
- uma melhora no ambiente de rentabilidade ano a ano (+4%); e
- um aumento do fator de reutilização ano a ano (+1,9 ponto percentual).
Por outro lado, foi notada uma pressão maior vinda do CASK (Custo do Assento-Quilômetro disponível), o qual apresentou alta de 9% trimestre a trimestre, decorrente principalmente do aumento nos preços dos combustíveis. “Reiteramos nossa classificação Neutra”, afirmam.
E sobre a Gol (GOLL4)?
No período, a companhia aérea reverteu o lucro de R$ 230,9 milhões registrado no mesmo trimestre de 2022.
Para Marcelo Arazi, Marcel Zambello, Fernanda Recchia e Lucas Marquiori do BTG Pactual, a Gol apresentou resultados mais fortes trimestre a trimestre, com um crescimento melhor de receita e margens melhores — ajudados por uma sazonalidade mais favorável. Em contrapartida, apesar de uma melhoria trimestre a trimestre, a alavancagem permanece alta.
“Espera-se que o mercado acompanhe as atualizações sobre essa dinâmica, além de monitorar também a recuperação dos volumes e tarifas, preços de combustível, volatilidade cambial e atualizações da frota. Mantemos nossa recomendação de Venda devido à baixa visibilidade sobre o processo de Chapter 11”, afirmam os analistas.