‘É anomalia o Brasil pagar 8% de juro real’: Haddad atribui aumento da dívida pública à Selic elevada, não ao déficit primário

O aumento da dívida pública não se deve ao resultado primário, mas, sim, ao patamar elevado das taxas de juros e ao déficit nominal, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (8).
“É anomalia um país como o Brasil pagar 8% de juro real para rolar a sua dívida”, pontuou no evento 11º Annual Brazil Investment Forum, do Bradesco BBI.
Haddad disse que é preciso “tomar as medidas para trazer os juros para um patamar minimamente adequado”. “É muito difícil um país que está com 5% de inflação estar com quase 9% de juro real”, pontuou.
Ele reconheceu que, no último ano, não houve boa troca entre a Fazenda e o Banco Central (BC). “Desde abril do ano passado, as coisas deram uma desandada e isso fez com que as expectativas no Brasil desancorassem”.
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“É preciso trabalhar, do ponto de vista psicológico, as expectativas no Brasil. Vamos enviar o LDO em 15 de abril com projeção de superávits dos próximos quatro anos. Estamos fazendo isso para mostrar a consistência da nossa trajetória”, afirmou.
Ainda assim, o ministro disse confiar no trabalho do BC em levar a inflação para o centro da meta, de 3%. “Acredito que o Banco Central está fazendo seu papel.”
Segundo o Haddad, o governo está adotando todas as medidas necessárias para alcançar a meta fiscal de 2025, que prevê um déficit primário máximo de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).