Comprar ou vender?

É altamente improvável que alguém compre a Oi agora, avalia Bradesco BBI

28 ago 2019, 20:03 - atualizado em 28 ago 2019, 20:03
Oi
O interesse de outras empresas sobre a Oi depende da reforma do setor de telecomunicações (Imagem: Facebook da Oi)

As operações da Oi (OIBR3; OIBR4) não devem ser arrematadas no curto prazo, avalia o Bradesco BBI em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (28).

Os analistas Fred Mendes e Flávia Meireles entendem que nem mesmo a venda de ativos, como a anunciada hoje em reportagem de O Globo, podem mudar esta percepção.

De acordo com a coluna de Ancelmo Goes, foi aprovado um financiamento internacional para viabilizar a venda de 25% das ações que a brasileira tem na angolana Unitel, o que pode trazer um reforço de R$ 3 bilhões para a Oi.

As ações reagiram com forte alta nesta sessão.

Apesar de entender que a venda ajuda no avanço do plano de investimentos da empresa, especialmente após a queima de caixa de R$ 2 bilhões no 2º trimestre, o interesse de outras empresas sobre a Oi depende da reforma do setor de telecomunicações.

Na visão dos analistas, “é altamente improvável que alguém compre ou faça fusão com a Oi como um todo sem a aprovação”. A PLC 79 tramita no Senado.

Com a nova lei, a Oi deixaria de ser concessionária, o que a ajudaria a cumprir metas e competir em igualdade com a Claro, unidade da América Móvil, e com a Tim (TIMP3). A mudança também beneficiaria a Vivo (VIVT4) que, juntamente com a Oi, responde pela maioria dos serviços de telefonia fixa no Brasil.

O projeto também resolveria a questão em torno dos chamados bens reversíveis, que são ativos – principalmente imóveis – que há 20 anos eram considerados necessários. A lei facilitaria o plano da Oi de vender até US$ 2 bilhões em ativos não essenciais e se concentrar em sua rede de fibra ótica para recuperar as vendas.

“Não faz sentido, para outro participante, assumir o risco neste momento, sem visibilidade sobre o que acontecerá com o regime de concessão, particularmente em relação aos ‘ativos reversíveis’”, explicam Mendes e Meireles.

O Bradesco também descarta a possibilidade de a AT&T ser uma das candidatas para levar a tele, já que tem enfrentado uma forte concorrência no México.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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