AgroTimes

E aí, Petrobras (PETR4)? Além do ‘terror dos dividendos’, gasolina e diesel seguem defasados; CIO da Trigono vê conflito com Mubadala

20 mar 2024, 14:40 - atualizado em 20 mar 2024, 14:40
petrobras gasolina
CIO da Trígono Capital joga luz sobre um possível conflito entre Petrobras e Mubadala na venda de combustíveis (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Com a recente escalada do petróleo no mercado internacional, os preços da gasolina e do diesel seguem defasados no mercado interno, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

O salto dos preços parece atrelado à retomada do crescimento econômico da China e à continuidade de conflitos no Oriente Médio.

Para a gasolina, a defasagem segue em 19%, enquanto os preços do diesel continuam 13% menores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Já sabe onde investir agora que as empresas estão divulgando seus balanços do 4T23? Veja análises completas da Empiricus Research e saiba se você deve comprar, vender ou se manter neutro em cada uma das principais ações da bolsa. Clique aqui para receber os relatórios GRATUITOS.

Reflexos de um reajuste pela Petrobras

A Petrobras (PETR4) sofreu nas últimas semanas, após a decisão do conselho de administração da estatal em não pagar dividendos extraordinários. As ações tombaram 15,05% no último mês, segundo o TradeMap,

Werner Roger, gestor e CIO da Trígono Capital, destaca que, “se a Petrobras reduzir essa defasagem na gasolina para 10%, por exemplo, isso com certeza resultará em um efeito no etanol, que iria valorizar em torno de 7%, com um avanço para a demanda”.

Roger diz que a questão da defasagem na gasolina precisa ser endereçada, e a dúvida fica sobre uma possível interferência da estatal nos preços.

“Faz seis meses que os preços não são reajustados e o petróleo segue em alta. O diesel não subiu, algo ótimo para quem consome, mas isso precisa ser combinado com as refinarias”, diz.

Roger ressalta que a Mubadala Capital segue com problemas, já que tem pagado preço de petróleo e vendido a preços de combustíveis.

“Será que é uma política deliberada do governo para forçar a Mubadala a vender de volta com uma tarifa para a Petrobras? Será que é uma estratégia deliberada de recomprar a refinaria? Não sabemos, mas a defasagem está aí”, discorre.

Nesta semana, a estatal e a Mubadala avançaram nas discussões sobre parceria em refino e biorrefino.