E aí, Petrobras (PETR4)? Além do ‘terror dos dividendos’, gasolina e diesel seguem defasados; CIO da Trigono vê conflito com Mubadala
Com a recente escalada do petróleo no mercado internacional, os preços da gasolina e do diesel seguem defasados no mercado interno, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O salto dos preços parece atrelado à retomada do crescimento econômico da China e à continuidade de conflitos no Oriente Médio.
Para a gasolina, a defasagem segue em 19%, enquanto os preços do diesel continuam 13% menores.
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Reflexos de um reajuste pela Petrobras
A Petrobras (PETR4) sofreu nas últimas semanas, após a decisão do conselho de administração da estatal em não pagar dividendos extraordinários. As ações tombaram 15,05% no último mês, segundo o TradeMap,
Werner Roger, gestor e CIO da Trígono Capital, destaca que, “se a Petrobras reduzir essa defasagem na gasolina para 10%, por exemplo, isso com certeza resultará em um efeito no etanol, que iria valorizar em torno de 7%, com um avanço para a demanda”.
Roger diz que a questão da defasagem na gasolina precisa ser endereçada, e a dúvida fica sobre uma possível interferência da estatal nos preços.
“Faz seis meses que os preços não são reajustados e o petróleo segue em alta. O diesel não subiu, algo ótimo para quem consome, mas isso precisa ser combinado com as refinarias”, diz.
Roger ressalta que a Mubadala Capital segue com problemas, já que tem pagado preço de petróleo e vendido a preços de combustíveis.
“Será que é uma política deliberada do governo para forçar a Mubadala a vender de volta com uma tarifa para a Petrobras? Será que é uma estratégia deliberada de recomprar a refinaria? Não sabemos, mas a defasagem está aí”, discorre.
Nesta semana, a estatal e a Mubadala avançaram nas discussões sobre parceria em refino e biorrefino.