E agora, Magazine Luiza (MGLU3)? CVM abre processo para investigar ‘incorreções em lançamentos contábeis’
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu na terça-feira (14) um processo para investigar o Magazine Luiza (MGLU3). A investigação vem após um ajuste contábil realizado pela varejista de aproximadamente R$ 830 milhões.
Em nota, a CVM confirmou a abertura do processo ao Money Times: “o tema objeto de sua demanda está sendo analisado no âmbito do processo CVM 19957.014606/2023-56. A CVM não comenta casos específicos”.
Na noite da última segunda (13), junto ao resultado do terceiro trimestre, o Magalu disse ter identificado incorreções em lançamentos “relacionadas ao período de competência do reconhecimento contábil de bonificações em determinadas transações comerciais”.
Na prática, a companhia reconheceu receitas de bonificação (que reduziram custos e contas de fornecedores), o que inflou o lucro bruto e o lucro líquido (exceto no primeiro e segundo trimestre de 2023, quando o impacto foi negativo).
A varejista afirmou que reapresentou, por meio de dados não auditados, números de 2022, diante da identificação das incorreções. O prejuízo líquido do terceiro trimestre do ano passado, por exemplo, foi a R$ 190,9 milhões, de R$ 166,8 milhões apresentado anteriormente.
Em nota, o Magazine Luiza informou que “os processos administrativos iniciados pela CVM em 2023 não têm como finalidade primária punir a companhia. O objetivo inicial é esclarecer os fatos apresentados. Não há, até o momento, qualquer processo sancionador relacionado à empresa”.
O Magazine Luiza no 3T23
O Magazine Luiza reportou prejuízo ajustado de R$ 143 milhões no 3T23. A cifra representa uma melhora de 15% ante o mesmo período do ano passado, quando teve prejuízo de R$ 170 milhões.
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Considerando o resultado sem ajuste, a varejista reverteu o prejuízo de R$ 190 milhões e lucrou R$ 331 milhões no terceiro trimestre devido a créditos tributários e despesas não recorrentes no valor líquido de R$ 474,6 milhões.
Por outro lado, a receita líquida caiu 2,6%, para R$ 8,5 bilhões. Já as vendas totais subiram para 4,8%, a R$ 14 bilhões.