Coluna do Fernando Luiz

Sustentabilidade dá dinheiro? Essa ação mostra que sim

18 mar 2025, 15:32 - atualizado em 18 mar 2025, 15:32
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Muitos investidores ainda encaram ativos sustentáveis com desconfiança, acreditando que o conceito ESG gera mais custos do que retorno financeiro. Mas essa visão está ultrapassada.

Como qualquer outro investimento, o setor exige análise criteriosa, mas os números comprovam que pode ser altamente rentável.

O Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3) teve um desempenho positivo neste ano, revertendo os resultados negativos de 2024.

Até 9 de março, registrava alta de 2,83% no mês e acumulava valorização de 5,54% em 2025. A sustentabilidade, no entanto, vai além da adoção de boas práticas ambientais pelas empresas — ela própria é um setor lucrativo.

Toda atividade econômica gera impacto na sociedade e no meio ambiente. Algumas empresas, porém, transformam esses desafios em oportunidades de negócio. Um exemplo é a Orizon (ORVR3), que integra o Fundo Trópico Value Fia.

Especializada em gestão de aterros sanitários, a companhia não apenas trata resíduos, mas os utiliza como matéria-prima para gerar energia elétrica, biogás, biometano e créditos de carbono.

O potencial de crescimento desse modelo de negócio é enorme. A Orizon lida com um insumo abundante e inescapável: o lixo.

Seu IPO ocorreu em fevereiro de 2021 e, entre as empresas que abriram capital naquele período, é uma das poucas que seguem entregando bons resultados.

Até 9 de março, suas ações subiram 1,36% no mês e acumularam alta de 11,46% no ano.

As perspectivas são positivas. A empresa mantém um plano agressivo de crescimento, impulsionado por aquisições estratégicas e novas regulamentações no setor.

Destaque para a expansão na produção de biometano, com novas plantas em Jaboatão e Paulínia, além da crescente demanda incentivada pelo marco do “Combustível do Futuro”.

No BTG Pactual Summit, evento realizado em março, ficou evidente o apetite do mercado por esse tipo de ativo.
E a Orizon não está sozinha.

A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) estima que, até 2029, cerca de R$ 8 bilhões serão investidos em biogás e biometano devido a novas regulamentações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre aterros sanitários.

Empresas como Solví, Vital, Marquise, Estre, Sustentare e Marca Ambiental já anunciaram investimentos significativos nesse setor.

A sustentabilidade não pode ser ignorada de forma alguma, pois não é apenas uma tendência passageira ou um conceito abstrato ligado a custos extras para as empresas. Pelo contrário, trata-se de um setor cada vez mais consolidado e lucrativo, que alia impacto positivo ao meio ambiente e geração de valor para investidores.

O caso da Orizon e de outras companhias que atuam no segmento de biogás e biometano demonstra que há oportunidades concretas e um potencial de crescimento significativo no mercado sustentável.

Regulamentações mais rígidas, avanços tecnológicos e uma demanda crescente por soluções ambientais criam um ambiente fértil para o desenvolvimento desses negócios.

Investidores que ainda enxergam a sustentabilidade com ceticismo podem estar deixando passar oportunidades valiosas.

O conceito ESG, quando aplicado com estratégia e visão de longo prazo, tem se mostrado uma abordagem rentável e resiliente. Portanto, ao invés de descartar ativos ligados à sustentabilidade por puro preconceito, vale a pena analisá-los com o mesmo rigor dedicado a qualquer outro investimento.

Afinal, empresas sustentáveis não só geram impacto positivo na sociedade e no meio ambiente, mas também oferecem retornos sólidos e promissores para quem souber enxergar seu verdadeiro potencial.

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Sócio fundador e gestor da Trópico Investimentos
Com experiência de mais de 20 anos no mercado financeiro, Fernando Camargo Luiz é sócio fundador e gestor da Trópico Investimentos. É engenheiro formado pelo Mackenzie, com especialização em Value Investing pela Columbia Business School e gestão pela Harvard Business School.
fernando.luiz@moneytimes.com.br
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Com experiência de mais de 20 anos no mercado financeiro, Fernando Camargo Luiz é sócio fundador e gestor da Trópico Investimentos. É engenheiro formado pelo Mackenzie, com especialização em Value Investing pela Columbia Business School e gestão pela Harvard Business School.
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